É só olhar os números da educação e os números dos presídios que vamos encontrar uma discrepância desesperadora. Segundo a central globo, enquanto o país investe mais de R$ 40 mil por ano em cada preso em um presídio federal, gasta uma média de R$ 15 mil com cada aluno do ensino superior.
Já na comparação entre detentos de presídios estaduais, onde está a maior parte da população carcerária, e alunos do ensino médio (nível de ensino a cargo dos governos estaduais), a distância é ainda maior: são gastos, em média, R$ 21 mil por ano com cada preso – nove vezes mais do que o gasto por aluno no ensino médio por ano, R$ 2,3 mil.
Para pesquisadores, tanto de segurança pública quanto de educação, o contraste de investimentos explicita dois problemas centrais na condução desses setores no país: o baixo valor investido na educação e a ineficiência do gasto com o sistema prisional. Isso só pode dar no tema de nossa coluna que tirar investimentos da educação, mais tarde vai ter que investir em cadeias.
Apenas considerando as matrículas atuais, o chamado investimento público direto por aluno no país deveria ser hoje, no mínimo, de 40% a 50% maior, aponta a Campanha Nacional pelo Direito à Educação.
O que é mais grave, se considerarmos que a educação é o que abre as portas para os grandes líderes, empresários e governantes, todos passam pela educação. A violência não vem pela pobreza, vem pela desigualdade educacional. Por isso, um investimento maior no conjunto da educação estaremos formando mais e melhor o cidadão, e aí com certeza diminuiria muito os investimentos em presos e nas cadeias.
No entanto, em um país de governantes corruptos, é necessário que a verba chegue à escola e que seja mais bem aplicada. Melhorar a qualidade dos professores que hoje tem uma formação capenga, e sem dúvida escolher com mais cuidado a gestão dos recursos humanos que vão dirigir as escolas. Uma boa gestão pode criar uma escola motivadora. E um aluno que tem sucesso escolar raramente abandona a escola e está mais longe de ser preso.
Até a próxima.
oestemais por Jaime Folle
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