A Ferrovia da Integração – que ligará o Extremo Oeste, passando pela região de Chapecó, até os portos do Litoral – mudou de nome e agora passa a se chamar Corredor Ferroviário de Santa Catarina. Uma reunião participativa ocorreu em Chapecó nesta terça-feira (03) quando técnicos da Valec apresentaram e validaram os estudos realizados pela empresa pública.
A reunião foi conduzida pelo diretor de planejamento Marcio Guimarães, superintendente de planejamento e desenvolvimento Fábio Bittencourt Silva e pelo gerente de planos e programas Francisco Baptista Costa e contou com o prefeito de Chapecó Luciano Buligon, o deputado federal Pedro Uczai, presidente do CEC, Nico Tozzo, e o vice-presidente da Fiesc, Waldemar Schmitz.
Buligon avaliou positivamente o novo momento que passa a Valec, dizendo que a ferrovia é essencial para o desenvolvimento da região. “Temos essa demanda que não é só do Brasil, mas de um eixo de desenvolvimento voltado á fronteira. Esse é um longo caminho, mas nós já temos aqui o trajeto. É questão de vida ou morte. Nós precisamos da ferrovia”, disse o prefeito de Chapecó.
“Segundo a apresentação do estudo, é um importante passo para pensar estrategicamente Santa Catarina se inserindo e integrando na malha ferroviária nacional. Por ser estratégico, o próximo passo é o projeto básico que precisa ser garantido no orçamento pela bancada catarinense”, acrescentou o deputado Pedro Uczai.
Estudo do traçado
O estudo aponta para um traçado eficiente, sob o ponto de vista da viabilidade econômica e financeira da estrada de ferro, levando em consideração as regiões mais produtoras de grãos, frangos, suínos e industrializados e 44 variáveis. O fluxo de mercadorias aponta para uma infraestrutura viável, considerando também as importações que desembarcam no portos do Estado com destino ao interior.
Segundo dados da Valec, o Oeste e o Extremo Oeste são as regiões mais importantes para a ferrovia, pois são altamente produtivas e estão distantes dos portos, viabilizando o deslocamento. O Meio-Oeste e parte da Serra estariam em posição de concorrência, onde é viável tanto a ferrovia quanto o transporte rodoviário. Para o Litoral, não é viável o uso desta ferrovia porque as distâncias não são maiores do que 250 quilômetros.
Mapas
Os mapas apresentados pela empresa pública demonstram claramente que o Grande Oeste é altamente produtivo se comparado às demais regiões de Santa Catarina. “Viemos trazer esse embrião que trará desenvolvimento no futuro. Estamos ainda na fase de estudos, mas temos recursos reservados para iniciar o projeto básico de Eengenharia e a licitação pode ocorrer ainda nesse ano”, afirmou Marcio Guimarães.
O presidente do Conselho Empresarial de Chapecó (CEC), Nico Tozzo, disse que o empresariado se animou ao ouvir de um técnico que a ferrovia é viável e que existe dinheiro em caixa para dar continuidade ao projeto.
Efetividade e baixo custo do transporte é pela ferrovia
A alteração de Ferrovia da Integração para Corredor Ferroviário de Santa Catarina envolve uma única mudança. O que inicialmente ligaria o interior ao porto de Itajaí, agora vai oferecer possibilidade de desembarque em todos os portos do Estado.
Uma bifurcação na região de Alfredo Wagner vai dividir a estrada em dois sentidos: um que vai conectar a Ferrovia Litorânea Norte e outro que seguirá no sentido do porto de Imbituba.
Existe projeto para viabilizar uma ferrovia que interligue todos os seis portos do Estado: é a Ferrovia Litorânea. No entanto, o trecho Sul da estrada tem custo elevado, em função de área de proteção ambiental – o que encarece o projeto e pode inviabilizá-lo.
O número mais expressivo diz respeito ao volume de cargas que o corredor ferroviário proporcionará. Trata-se de trem com duas locomotivas, que transportarão entre 80 e 100 vagões com possibilidade de uma terceira locomotiva. Será possível transportar oito milhões de toneladas de cargas e isso representa o volume de cargas de 400 caminhões.
Considerando o volume estimado de cargas para importação e exportação, são 12 milhões de toneladas de cargas por trem.
Fonte: Diário do Iguaçu | Foto: Valec/Divulgação/portaltivinet
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