Dos 20 frigoríficos brasileiros proibidos de exportar frango para a União Europeia (UE), três são de Santa Catarina — todos do Oeste do estado. As três unidades são da BRF, com plantas nos municípios de Chapecó, Capinzal e Concórdia.
Em nota, a BRF disse que acredita que a decisão da Comissão Europeia foi "pautada em motivações políticas e de proteção de seu mercado local", e não em questões sanitárias. "Tal decisão não foi precedida por uma investigação dos fatos por parte das autoridades europeias, e a BRF não teve a chance de ser ouvida", diz o comunicado enviado à imprensa.
As três unidades já tinham parado a exportação para a UE por causa de uma interrupção feita pelo Ministério da Agricultura em março. O prejuízo de Santa Catarina com o embargo chega a US$ 9 milhões, conforme o governo estadual. A Secretaria de Estado da Agricultura estima que Santa Catarina tenha deixado de exportar ao menos três mil toneladas neste período.
Os consumidores, no entanto, ainda não sentiram mudanças nos preços dos produtos. No último mês, o valor da carne de frango não teve reajustes expressivos. Ainda há promoções, por exemplo, de coxa e sobrecoxa por menos de R$ 3,70 o quilo. O valor é igual ao aplicado antes do embargo.
O governo do estado informou que trabalha na prevenção da salmonela na avicultura para o fim das restrições. Enquanto isso, representantes dos produtores de aves do Oeste catarinense têm feito reuniões para tratar da possibilidade de as agroindústrias reduzirem a produção.
Férias coletivas
No frigorífico de Capinzal, a BRF a anunciou no final de março férias coletivas para os trabalhadores a partir do dia 7 de maio. A medida valerá por 30 dias e afeta mais de três mil funcionários da linha de abate de aves. Os outros setores da BRF de Capinzal, assim como as unidades de Chapecó e Concórdia, deverão continuar funcionando normalmente.
Controle de qualidade
A decisão aprovada por um comitê da Comissão Europeia, em Bruxelas, na Bélgica, é final e começa a valer 15 dias depois da publicação. O motivo do embargo, segundo o comitê, é a deficiência no sistema de controle de qualidade de carne destes frigoríficos.
A pressão europeia sobre o setor vem desde março de 2017, quando a Polícia Federal deflagrou a operação Carne Fraca e aumentou em março de 2018, quando foi descoberto um suposto esquema entre laboratórios e frigoríficos para fraudar laudos de testes de qualidade.
Outro lado
A BRF também informou que não havia sido oficialmente informada sobre a decisão da UE até a noite desta sexta e, por isso, não tem como afirmar quais unidades foram atingidas pelo embargo. Em nota, a empresa diz que "vai procurar seus direitos perante os órgãos responsáveis europeus e suportar integralmente as ações do governo brasileiro na Organização Mundial do Comércio (OMC) para garantir todos os direitos de continuar servindo seus clientes na Europa".
Com informações do G1/SC/OESTEMAIS
Nenhum comentário:
Postar um comentário