O BC (Banco Central) reduziu para 1,6% a previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro neste ano, segundo o Relatório de Inflação divulgado nesta quinta-feira (28). A nova projeção representa um corte de 1 ponto porcentual na previsão fixada no último relatório, quando o BC estimava um crescimento de 2,6% para o PIB.
No documento, o BC aponta que a revisão da previsão de crescimento da economia em 2018 está associada “ao arrefecimento da atividade no início do ano, à acomodação dos indicadores de confiança de empresas e consumidores e à perspectiva de impactos diretos e indiretos da paralisação no setor de transporte de cargas ocorrida no final de maio”. A previsão do BC está abaixo da estimativa oficial do governo. Em maio, o governo reduziu de 2,97% para 2,5% a previsão de crescimento da economia brasileira em 2018.
Inflação
Também impactada pela paralisação do setor de transportes, que causou desabastecimento de produtos em todo o País, a projeção de inflação para 2018 foi elevada pelo BC de 3,8% para 4,2%. Já para 2019, o BC reduziu a previsão de inflação de 4,1% para 3,7%. O BC estima uma “expressiva aceleração” na inflação mensal de junho por causa da paralisação dos caminhoneiros e da mudança da bandeira tarifária aplicada nas contas de luz. A taxa extra está em seu patamar mais alto.
“Ressalte-se que, apesar da aceleração projetada para os próximos meses, a retomada da atividade em ritmo mais gradual que o esperado e a propagação inercial do baixo patamar inflacionário são fatores que contribuem para manutenção da inflação em patamar reduzido, sobretudo no segmento de serviços e em medidas de inflação subjacente”, escreveu o BC.
O desempenho da indústria, segundo a nova projeção do BC, foi revisado de 3,1%, em março, para 1,6%. A indústria de transformação, na avaliação da autoridade monetária, crescerá somente 2,4% em 2018 (ante projeção anterior de 4%), e a construção civil encolherá 0,7% (ante um crescimento anterior de 0,7%). Comércio e serviços devem crescer 1,3%, segundo o BC (a projeção anterior previa uma alta de 2,4%).
Consumo
O consumo das famílias foi revisado para uma alta de 2,1%, ante um crescimento anterior previsto de 3%. “[A nova projeção] é compatível com uma recuperação mais lenta da massa salarial, resultado da redução no ritmo de crescimento dos rendimentos e da população ocupada”, disse o BC no relatório.
No caso da agropecuária, o BC revisou para cima as suas projeções: em vez de uma queda de 0,3% projetada em março, a autoridade monetária prevê agora uma alta de 1,9%. “A melhora na projeção se deve ao resultado acima do esperado no primeiro trimestre e à sequência de elevações nos prognósticos para a produção agrícola anual”, destacou a autoridade monetária.
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