terça-feira, 30 de outubro de 2018

30% dos eleitores votaram em branco ou nulo ou se abstiveram no segundo turno


O segundo turno das eleições deste ano teve a maior abstenção em pleitos presidenciais desde 1998: 31.308.796 de brasileiros não foram às urnas no domingo (28), o que representa 21,29% do eleitorado. Além disso, foram 2.484.636 de votos em branco, o equivalente a 2,15% do total, e 8.599.212 de votos nulos, ou 7,43% das manifestações. Ou seja: mais de 42 milhões de pessoas, ou 30% do eleitorado, abriram mão de seus votos.
No primeiro turno, não compareceram às urnas 29,9 milhões de eleitores, o equivalente a 20,32% do total, segundo o Tribunal Superior Eleitoral. No pleito de 1998, o percentual foi de 21,5%; em 2014, de 19,4%.
Os dois maiores colégios eleitorais do país, SP e MG, lideraram os votos nulos no segundo turno desta eleição. Em Minas Gerais, 10,6% dos votos foram anulados. Em São Paulo, foram 10%. Em seguida, vieram os Estados de Sergipe, com 9,5%, e Rio de Janeiro, com 9,1%. No Rio Grande do Sul foram 6,1%.
Taxa de Alienação
Em São Paulo, João Doria e Márcio França perderam para a taxa de alienação, que considera a soma de abstenções com votos em branco e nulos. Doria teve 10, 9 milhões de votos, o que corresponde a 51,75% dos votos válidos, contra 10, 2 milhões, correspondente a 48,25% de Márcio França (PSB).
Já no âmbito nacional, tanto Haddad quanto Bolsonaro tiveram mais votos que a taxa de alienação. Bolsonaro contou com 57 milhões de votos contra os 47 milhões de Haddad.
O percentual de votos nulos no segundo turno das eleições presidenciais de 2018 foi o maior registrado desde 1989, totalizando 8,6 milhões. Foi um aumento de 60% em relação ao 2º turno da última eleição presidencial, em 2014, quando 4,6% dos votos foram anulados.
Ao todo, 31,3 milhões de eleitores não compareceram às urnas, o equivalente a 21,3% total, proporção similar ao do 2º turno presidencial de 2014.
Somando os votos nulos e brancos com as abstenções, houve um contingente de 42,1 milhões de eleitores que não escolheram nenhum candidato, cerca de um terço do total.
Bolsonaro
A vitória do candidato do PSL foi confirmada às 19h18min de domingo, quando, com 94,44% das seções apuradas, Bolsonaro alcançou 55.205.640 votos (55,54% dos válidos) e não podia mais ser ultrapassado por Haddad, que naquele momento somava 44.193.523 (44,46%). Com 100% das seções apuradas, Bolsonaro recebeu 57.797.847 votos (55,13%) e Haddad, 47.040.906 (44,87%).
osul

Michel Temer está disposto a votar a reforma da Previdência até o fim do ano, mas a iniciativa deve partir de Bolsonaro, disse o ministro da Casa Civil


O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse nessa segunda-feira que o governo do presidente Michel Temer está disposto a fazer “um esforço” para votar ainda neste ano a reforma da Previdência na Câmara dos Deputados. Ele ressaltou, porém, que essa iniciativa para reacender o assunto deve partir do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).
Padilha, que pelo lado da atual gestão comandará o processo de transição de governo, disse que o primeiro encontro ocorrerá nesta quarta-feira, com o provável coordenador da equipe do novo governo, deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), um dos articuladores da campanha de Bolsonaro e já anunciado por ele para a chefia da Casa Civil.
“O presidente assinalou que estaria disposto – se for do interesse do novo presidente e do novo governo – a fazer um esforço para que se possa ter ainda neste ano a votação do projeto de reforma da Previdência, ao menos na Câmara dos Deputados”, disse Padilha a jornalistas.
“A vontade do presidente permanece, mas esta é uma provocação que tem que partir do presidente eleito”, acrescentou. Para o ministro, a reforma está “pronta”, e é peça fundamental para o ajuste fiscal, mas ponderou que não cabe a ele opinar sobre o que o novo governo deve fazer.
Mais cedo, em entrevista à rádio CBN, de São Paulo, Onyx defendeu que a necessidade de que reforma das regras do setor seja feita “de uma única vez”, com Bolsonaro já empossado no Palácio do Planalto.
“A gente tem que ter clareza de que aquilo que foi proposto pelo atual governo era apenas um remendo com o objetivo de fazer um ajuste curto de caixa, que não duraria cinco anos”, disse o braço-direito de Bolsonaro a um repórter da emissora.
Cargos remunerados
De acordo com Eliseu Padilha, a equipe de transição poderá contar com até 50 cargos remunerados e terá acesso a um programa informatizado com todos os dados do governo, incluindo as contas públicas e a composição da máquina administrativa.
Padilha calcula, por exemplo, que Bolsonaro terá à sua disposição 10 mil cargos comissionados. Ele explica que a atual gestão cortou 4.500 cargos dos 24 mil existentes. Uma parte dos que restaram será destinados a servidores de carreira: “Acabaram ficando de livre disposição da Presidência da República cerca de 10 mil cargos”. A intenção de Bolsonaro, segundo Onyx, é cortar pela metade os cargos comissionados.
osul

sábado, 27 de outubro de 2018

O coronel da reserva que divulgou ameaça a presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministra Rosa Weber, usará tornozeleira eletrônica


O coronel da reserva que ameaçou a presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Rosa Weber, usará tornozeleira eletrônica e está impedido de ir a Brasília, segundo informações da Polícia Federal. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, Carlos Alves chama a ministra de “salafrária, corrupta e incompetente” por ela ter se reunido com representantes de partidos políticos que solicitaram uma investigação sobre a reportagem do jornal Folha de S.Paulo.
A reportagem revelou que empresas que apoiam o candidato Jair Bolsonaro (PSL) pagaram pelo impulsionamento de mensagens anti-PT no aplicativo de mensagens WhatsApp durante as eleições. Na gravação, o coronel da reserva fala, se dirigindo à ministra Rosa Weber, que ela “não se atreva” a dar seguimento à ação da campanha do PT contra Bolsonaro.
Em nota, a PF disse que cumpriu na tarde de sexta-feira (26) um mandado de busca e apreensão. Computadores e aparelhos celulares foram recolhidos. A Justiça do Rio de Janeiro determinou ainda que o investigado seja proibido de andar armado ou de possuir arma em casa e que se mantenha distante de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), do TSE e também de Raul Jungmann (Segurança Pública).
Ainda de acordo com o texto divulgado pela polícia, o coronel poderá responder pelos crimes de difamação, injúria, constrangimento ilegal, ameaça, além de crimes previstos na Lei de Segurança Nacional.
O que diz o Exército
Após a decisão do STF, o Exército divulgou uma nota na qual afirmou que o militar “afronta diversas autoridades” e deve assumir as responsabilidades pelas declarações, que “não representam o pensamento do Exército Brasileiro”.
Cabe ressaltar, ainda, que o comandante do Exército, por intermédio de seu gabinete, encaminhou uma representação ao Ministério Público Militar solicitando que fosse investigado o cometimento de possível ilegalidade”, acrescentou a força. Segundo o Ministério Público Militar, a apuração cabe ao Ministério Público Federal “uma vez que não se trata de crime militar”.
Íntegra
Leia abaixo a íntegra da nota da PF:
Brasília/DF – A Polícia Federal cumpriu na tarde de (26/10) mandado de busca e apreensão, expedido pela 5ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. A ação é resultado de representação da Polícia Federal à Justiça, com o objetivo de investigar ameaças e ofensas, divulgadas em vídeos na internet, a diversas instituições e autoridades da República. Foram apreendidos pela PF dispositivos de armazenamento de dados, como computadores e aparelhos celulares.
Além do mandado de busca e apreensão cumprido no Rio de Janeiro, o juízo determinou o monitoramento eletrônico do investigado, a proibição de andar armado e possuir arma em casa, o impedimento de deslocar-se à cidade de Brasília, bem como a obrigação de se manter a pelo menos de 5 km de distância de todos os Ministros do STF, do TSE e do Ministro de Estado da Segurança Pública.
O investigado poderá responder pelos crimes de difamação, injúria, constrangimento ilegal, ameaça, além de crimes previstos na Lei de Segurança Nacional.
osul

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Placas do Mercosul são suspensas após Contran acatar decisão de tribunal


O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) anunciou nesta quarta-feira, dia 24, a suspensão das novas placas do Mercosul, após acatar liminar do Tribunal Regional Federal da 1ª região (TRF-1). O estado do Rio de Janeiro, que tinha sido o primeiro a adotar o sistema, terá de parar a instalação.

Em comunicado, o Contran disse que recorreu da decisão, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), e "aguarda no mérito ou em instância superior a possível mudança da decisão final". O órgão também cita que a suspensão pode gerar "grandes prejuízos" ao país.

O Detran-RJ informou que também irá recorrer. Para o órgão, a nova placa "obviamente melhora as condições de segurança no Estado do Rio no tocante a crimes de clonagem e roubo de veículos".

De acordo com o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), as placas do modelo Mercosul já instaladas não perderam sua validade, desse modo, não há alterações para veículos que circulam com a nova placa.

No Rio de Janeiro, único estado que começou a utilizar as novas placas, o Detran-RJ informou que os usuários que já haviam pago taxa para o emplacamento, mas não chegaram a fazer o serviço, poderão pedir o ressarcimento do valor.

Por que foi suspensa

A suspensão acontece por causa de uma decisão liminar, ou seja, de caráter provisório, pedindo a suspensão das placas do Mercosul foi publicada pela Desembargadora Federal Daniele Maranhão Costa, no último dia 11, mas o Contran ainda não havia atendido à deliberação.

Até então, o prazo para que todos os estados adotassem as novas placas, para o primeiro emplacamento ou casos de transferência, era até dezembro próximo.

O pedido de suspensão foi feito pela associação das empresas fabricantes e lacradoras de placas automotivas de Santa Catarina, a Aplasc.

De acordo com a decisão da desembargadora do TRF-1, há duas causas para a suspensão:

- na resolução que implementou as placas Mercosul, o Denatran ficaria responsável por credenciar as fabricantes de placas, mas o Código de Trânsito estabelece que esta função é dos Detrans;

- o modelo de placa foi adotado antes que o sistema de consultas e troca de informação das novas placas fosse implantado.
Novela das placas

As novas patentes foram lançadas em 2014, e tiveram o prazo de adoção adiado três vezes. O prazo atual que todos os estados adotem as placas do Mercosul é 1º de dezembro. Elas só serão obrigatórias para carros novos, transferidos de munícipio ou de proprietário, e em outras situações que exigem a troca de placas. O novo padrão tem 4 letras e 3 números, diferente do modelo usado até então, com 3 letras e 4 números.

Outra diferença é que a cor do fundo das placas será sempre branca. O que varia, é a cor da fonte. Para veículos de passeio, cor preta, para veículos comerciais, vermelha, carros oficiais, azul, em teste, verde, diplomáticos, dourado e de colecionadores, prateado.
Do Auto Esporte


terça-feira, 23 de outubro de 2018

Desfile dos pequenos príncipes e princesas de Coronel Martins é realizado




O tradicional desfile dos pequenos príncipes e princesas do Jardim de Infância Luiz Gama de Coronel Martins, foi realizado na última sexta-feira (19), e recebeu um grande público para acompanhar o evento.

O prefeito Ademir Madella realizou a abertura do evento dando boas vindas para as famílias e público em geral. "É uma noite de festa para as crianças de nosso município que desafiam a timidez para se apresentar ao público num desfile que encanta a todos. Parabéns aos professores e servidores que se empenharam em realizar uma noite inesquecível para estas crianças e as famílias delas", parabeniza.

Cerca de 100 aluninhos do jardim desfilaram e ao final da noite cada um recebeu um presente especial da Associação de Pais e Professores (APP) do Jardim de Infância. "Ficamos felizes pela realização do evento, onde a decoração foi pensada com muito carinho e contou com empenho de muita gente para que saísse tudo perfeito, além dos presentes distribuídos as crianças como forma de agradecimento pelo empenho delas e que sem dúvidas tornou a noite ainda mais especial", destaca a secretária de Educação, Claudete Conte.

A noite também foi de anunciar os príncipes e princesas do ano, sendo uma dupla de cada turma do jardim.


Assessoria de Imprensa

Prefeito Ademir Madella vai a Brasília em busca de recursos


O prefeito de Coronel Martins, Ademir Madella, esteve em Brasília no início desta semana. Entre outros compromissos, visitou a sede do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), para resolver entraves a respeito das obras da quadra coberta e da nova escola que estão em construção no município.
Conforme o prefeito a questão é complicada pois o mal planejamento da gestão anterior com as obras em questão, acabou por resultar em novos gastos que não estavam previstos no orçamento inicial, o que acarretará em custos elevados para o Governo Municipal.
Ade também visitou o gabinete de alguns deputados e senadores eleitos de Santa Catarina em busca de verbas e emendas parlamentares para o município, a exemplo do deputado do Partido dos Trabalhadores, Pedro Uczai, onde também conversou sobre o atual cenário da política nacional e estadual.
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Com a terceira maior capacidade instalada de geração de energia de fontes renováveis do mundo, o Brasil perderá posição no ranking


Com a terceira maior capacidade instalada de geração de energia de fontes renováveis do mundo, o Brasil, que hoje só fica atrás de China e EUA, vai perder a medalha de bronze no ranking das economias que mais investem em hidrelétricas, placas solares e parques eólicos. Segundo um estudo da AIE (Agência Internacional de Energia), o País deverá passar para a quinta posição, ultrapassado por Índia e Alemanha em 2023.
Nos próximos cinco anos, a capacidade instalada de energia renovável no Brasil vai crescer 15 gigawatts (GW), passando de 134 GW para 149 GW.
Segundo a consultoria Safira, 1 GW é capaz de abastecer 1,5 milhão de pessoas, o equivalente a uma cidade do tamanho de Porto Alegre. Segundo a AIE, o avanço será puxado, principalmente, por pequenas centrais hidrelétricas, com 8 GW novos, parques eólicos (6 GW), plantas solares (5 GW) e biomassa (2 GW).
Para especialistas, embora o Brasil tenha uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, com cerca de 80% de fontes renováveis, é preciso acelerar os investimentos para a retomada do crescimento da economia. A previsão da AIE é de uma alta de 2% ao ano na demanda por eletricidade no País.
Bruno Carrara, do Barros Pimentel Advogados, avalia que o menor ritmo de expansão no Brasil, em comparação com outras nações, está ligado ao baixo crescimento do país. Para ele, o governo deveria incentivar mais projetos para garantir maior oferta de energia barata no momento de retomada da atividade econômica: “O governo tem feito leilões, mas esse esforço poderia ser maior”.
Eólica no mar 
Os candidatos à Presidência têm visões diferentes sobre o setor. Jair Bolsonaro (PSL) pretende investir em hidrelétricas de grande porte e retirar subsídios às matrizes eólica e solar. Já Fernando Haddad (PT) quer manter incentivos à geração a partir do sol e do vento, mas prefere hidrelétricas sem grandes reservatórios.
Segundo Marcelo Laterman, especialista em energia do Greenpeace, com a crise hídrica que afetou o nível dos reservatórios de hidrelétricas recentemente, a fonte termelétrica, mais cara e poluente, foi a que mais avançou. O impacto aparece na conta de luz: “Estamos remediando falta de água com termelétricas a gás, carvão e diesel. Temos que diversificar nossa matriz”.
Para Nivalde de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico do Instituto de Economia da UFRJ, não é um grande problema recuar um pouco no ranking: “O Brasil tem hoje uma matriz elétrica muito mais limpa que a de outros países, que fazem um esforço para limpar suas fontes”.
No caso da energia solar, cuja capacidade vai crescer cinco vezes no país até 2023, o governo precisa ampliar o volume de contratação por leilões, avalia Rodrigo Sauaia, presidente da Absolar, entidade que reúne empresas do setor: “Desde 2015, o preço do megawatt da solar caiu 60%. Mas o governo precisa reduzir ainda a carga tributária do setor, hoje em cerca de 50%”.
A matriz eólica, que gera energia a partir do vento, tem recursos para investir 30 GW no País caso o governo decida aumentar o volume de leilões. “Se a economia do País crescer 1% ao ano, o consumo de energia adicional será de 6 GW. Com a estiagem, é a eólica que tem ocupado esse espaço”, diz Elbia Gannoum, presidente da Abeeólica, associação do setor.
A geração eólica no mar é a aposta de uma parceria da Petrobras com a norueguesa Equinor. Elas investem num projeto para fazer do Brasil um dos únicos países no mundo a unir a energia dos ventos no mar com a produção de petróleo, assim como ocorre no Reino Unido e na Noruega.
No projeto, que deve começar a operar em 2022, o aerogerador fica em uma base flutuante a cerca de um quilômetro de uma plataforma de petróleo. Parte da energia gerada abastece a embarcação, e o restante vai para o sistema em terra por meio de dutos que conduzem eletricidade.
Mario González, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, explica que a qualidade do vento é melhor no mar: “Há mais previsibilidade, o que permite um melhor planejamento energético em relação ao uso dessa fonte”.
osul

Em 2016, 61% dos militares se aposentaram com menos de 50 anos. Entre os servidores públicos, foram apenas 6%


Enquanto há discordância em relação à idade mínima para a aposentadoria de militares, o fim do benefício integral é um dos pontos de convergência entre parte dos economistas do País especializados em Previdência. No Brasil, o militar que entra na reserva continua recebendo o salário de quando estava na ativa, já nos Estados Unidos e na Inglaterra, o salário cai para 60% e 63,8%, respectivamente, segundo relatório do TCU (Tribunal de Contas da União).
A aposentadoria dos militares brasileiros é também uma das poucas cujo reajuste acompanha o dos profissionais da ativa. Na maioria do mundo, esse aumento é dado com base na inflação. São essas disparidades brasileiras que tornam os militares responsáveis por quase 45% do déficit previdenciário total da União, explicam os economistas.
“O principal problema é o militar se aposentar com vencimento integral. Em outros países, a aposentadoria varia de 25% a 85% do salário, dependendo da idade em que a pessoa sai. Aí eles (os militares) vão exercer uma atividade civil, o que não é muito fácil. Precisa de uma adaptação”, afirma o economista Paulo Tafner, da Fipe-USP.
“Nem países que entram com frequência em conflitos são tão generosos com os militares como o Brasil”, acrescenta Márcio Holland, pesquisador da FGV.
Holland e Tafner, no entanto, discordam em relação à idade mínima necessária para os militares se aposentarem. Holland afirma que é possível eles deixarem seus cargos aos 60 ou 65 anos. “A maioria dos brasileiros, felizmente, nunca conviveu com um conflito, exceto as missões de paz.
Um capitão ou um coronel pode ir para uma guerra com essa idade exercendo vários papéis, como de inteligência”, diz o economista. De acordo com Tafner, porém, é preciso flexibilidade nesse ponto, pois um militar aos 60 anos já não tem mais condições físicas de combater.
Em 2016, 61% dos militares que se aposentaram no País tinham menos de 50 anos. Entre os servidores públicos civis, essa parcela era de 6%. Já no setor privado, ficou em 10%, ainda de acordo com dados do TCU.
Serviço civil
O economista Hélio Zylberstajn, também da Fipe-USP, propõe um caminho alternativo. Segundo sua proposta, os militares devem deixar suas carreiras aos 55 anos para, em seguida, trabalharem no setor público civil. Nesse caso, um médico do Exército, por exemplo, continuaria atuando em um hospital público até os 65 anos – idade que seria estabelecida como mínima para a aposentadoria.
O economista Marcos Lisboa, presidente da instituição de ensino superior Insper, reconhece que a carreira militar tem especificidades que precisam ser consideradas em uma reforma, mas as regras do Brasil, diz ele, deveriam se assemelhar às dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). “Hoje, tem muitas distorções em relação aos demais países.”
Para Lisboa, a aposentadoria prematura dos policiais militares é um dos fatores que têm levado os Estados a graves crises financeiras e de segurança. “Eles se aposentam muito cedo e com salário integral, mas os Estados não têm mais dinheiro para contratar novos.”
Entre as alternativas para amenizar o problema, Tafner sugere um aumento da contribuição dos próprios militares – hoje de 7,5%. “É um valor baixo. Poderia ir aumentando progressivamente”, diz o economista.
Tafner destaca, no entanto, que é preciso reconhecer que há diferenças importantes entre o regime de trabalho dos civis e dos militares e considerá-las na reforma da Previdência. “Boa parte das Forças Armadas reconhece a necessidade de um ajuste. O que não aceita é ser equiparado com uma pessoa da iniciativa privada.”
osul

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Conheça as cidades que mais deram votos a Bolsonaro e Haddad em SC


Separados por aproximadamente 400 quilômetros, os municípios catarinenses de Entre Rios, no Oeste, e Treze de Maio, no Sul do Estado, também estão distantes politicamente. Enquanto Treze de Maio concentrou 83,89% dos votos válidos a Bolsonaro no primeiro turno, Entre Rios garantiu a maior vitória a Haddad em SC, com 65,63%.
Embora o resultado das urnas seja oposto, ambos os municípios têm menos de 10 mil habitantes e vivem realidades econômicas semelhantes: a renda mensal é de 1,8 salários mínimos em Entre Rios e de 1,6 salários mínimos em Treze de Maio, segundo dados do IBGE de 2016. Os prefeitos dos dois municípios também são filiados ao mesmo partido, o PP, que nacionalmente já flertou com o PT de Haddad e hoje certas alas não escondem simpatia pelo PSL. 
A preferência de Santa Catarina pelo candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, se refletiu nos 65,82% dos votos válidos concentrados por ele no Estado. Foi o maior percentual do país. Bolsonaro saiu vencedor em 262 dos 295 municípios catarinenses. Em outras 33 cidades, quem levou a melhor foi o candidato do PT, Fernando Haddad, que reuniu 15,13% dos votos válidos. 
A cena é frequente em época de campanha. Uma candidata a deputada estadual do MDB entrou em uma empresa para pedir votos ao proprietário e aos funcionários não só para si mesma, mas também para o candidato a presidente pelo partido, Henrique Meirelles. O empresário até concordou em recebê-la, mas advertiu desde o início: não adiantaria pedir votos a Meirelles, porque todos ali já haviam espontaneamente optado por Jair Bolsonaro, do PSL. Relatos de situações semelhantes são comuns em Treze de Maio, município onde fica a empresa, no Sul de Santa Catarina.
Erguida em meio a colinas, a cidade de 7 mil habitantes é um retrato da mudança recente no comportamento do eleitorado. Pelas ruas, não se vê adesivos, carros plotados, placas e nenhuma manifestação, ainda que silenciosa, de preferência por candidato a presidente da República. O PSL, partido de Bolsonaro, não tem um filiado sequer no município. Ainda assim, em nenhum outro lugar de Santa Catarina o capitão da reserva teve uma votação tão expressiva quanto em Treze de Maio, que lhe deu uma vitória com 83,9% dos votos válidos.
— O que existe de campanha por aqui é toda online, com compartilhamentos de publicações. Tudo de forma espontânea — relata o advogado Stefano Bizzotto, um dos 4.219 eleitores de Bolsonaro no município. Ele exibe com orgulho a foto de perfil no Facebook, editada para manifestar apoio à candidatura do candidato da direita.
Stefano e a esposa, Tais, escolheram o candidato do PSL motivados, principalmente, pela insatisfação com os governos PT. O advogado reconhece ter votado em Lula e em Dilma até 2010, mas mudou de posicionamento a partir de 2014. Os motivos são a qualidade dos atendimentos na saúde e da educação no país, que, segundo ele, estão se degradando. Bizotto também vê Bolsonaro mais próximo dos valores cristãos que defende.
— Muitas pessoas falam que os apoiadores do Bolsonaro são preconceituosos, homofóbicos. A família do meu pai biológico, que conheci recentemente, é toda de negros. Tenho amigos que são homossexuais. Nada disso me impediu de votar no Bolsonaro, continuar amigo deles e respeitar a posição de todos. Isso é a democracia — defende Stefano.
Nos pleitos municipais em Treze de Maio, a hegemonia é do PP, que elege o prefeito consecutivamente desde 2004 e tem o maior número de filiados. Neste ano, porém, o partido sequer tentou influenciar o eleitorado treze-maiense a votar em Geraldo Alckmin (PSDB), presidenciável apoiado pela sigla progressista.

A força do PP só foi notada na disputa para senador - Esperidião Amin foi o mais votado - e nas proporcionais. Os candidatos progressistas Leodegar Tiscoski e Valmir Comin foram os mais votados na corrida à Câmara Federal e à Assembleia Legislativa, respectivamente.
Os poucos materiais de campanha encontrados em Treze de Maio são referentes a candidatos ao Legislativo dos partidos mais tradicionais. Manifestar o apoio a Bolsonaro por meio de bandeiras, adesivos e vestimentas não é tão simples. Por causa do processo ainda recente de fortalecimento da sigla, os materiais não chegam com tanta facilidade ao município. O único ato de campanha pró-Bolsonaro foi uma carreata foi realizada duas semanas atrás.
Stefano até quis comprar uma camiseta do candidato do PSL para vestir no dia da eleição, mas desistiu quando descobriu que precisaria de deslocar até Tubarão para comprar uma.
— No fim, achei que não faria diferença. O que importa é o meu voto, não a camiseta que eu vou usar — concluiu.

 O que motivam os votos antagônicos

Em 120 cidades, a preferência por Jair Bolsonaro ficou acima da média no Estado. Para o mestre em sociologia política, professor Sergio Saturnino Januario, a ascensão do candidato do PSL em SC pode ser explicada pelo mesmo movimento que o projetou nacionalmente. 
Mais do que uma divisão entre ideologias de esquerda e direita, o especialista entende que Bolsonaro simboliza o enfrentamento a uma política desgastada por promessas e poucos resultados.
— O que está acima da onda Bolsonaro é o enfrentamento das condições da política eleitoral até hoje. Depois de uma série de experiências eleitorais, os problemas continuam os mesmos, as soluções são sempre prometidas. A população parece que se cansou dessa política e resolveu apostar no enfrentamento. Bolsonaro representa justamente isso — analisa Saturnino.
Na avaliação do professor, o mesmo movimento em Santa Catarina também pode ser observado nas derrotas de Raimundo Colombo (PSD) e Paulo Bauer (PSDB) na disputa pelo Senado, além da queda de Mauro Mariani (MDB) no primeiro turno da corrida pelo governo. Por outro lado, o partido de Bolsonaro tem Comandante Moisés na disputa pelo segundo turno do Estado e garantiu bancadas expressivas na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal.
— Bolsonaro e o PSL são uma válvula de escape disso tudo, mas ele é símbolo disso, não a fonte. A fonte é o desgaste da política de todos os dias — conclui.
Na opinião do prefeito de Entre Rios, Jurandi Dell Osbel, o que pesou a favor de Haddad foi a desconfiança da população indígena em relação a Bolsonaro. Segundo o prefeito, cerca de um terço dos moradores tem raízes indígenas.
— O que pegou foi essa onda de que o Bolsonaro falou dos índios, que cortaria o Bolsa Família — diz Osbel.
Em Treze de Maio, onde Bolsonaro é quase unanimidade, o prefeito Clésio Bardini de Biasi defendeu a coligação de Gelson Merisio (PSD) para o governo, mas também apoiou o presidenciável do PSL nas ruas. Lideranças ligadas a outras coligações, diz o prefeito, também levantaram a bandeira de Bolsonaro, com exceção do PT.
—Já existia uma tendência do eleitor, mas nós também nos manifestamos, pedimos votos. Isto fez a diferença — afirma.

Programas sociais explicam bom desempenho do PT em Entre Rios


Pela segunda eleição presidencial seguida a cidade de Entre Rios teve a maior votação proporcional para o PT em Santa Catarina. Em 2014 Dilma Rousseff fez 69,19% dos votos no primeiro turno. Agora Fernando Haddad fez 65,63%, num total de 1.474.
Uma das explicações é que na região Oeste está uma das forças do PT, tanto que os quatro deputados estaduais do partido que foram eleitos para a Assembleia Legislativa – Luciane Carminatti, Padre Pedro, Neodi Saretta e Luciano da Luz -  são da região e foram bem votados em Entre Rios. O mesmo ocorre com o deputado federal Pedro Uczai, que foi reeleito.
- Todo mundo do PT fez voto aqui, um dos motivos é que sempre conseguimos verbas dos deputados para o município, para um posto de saúde, para quadra esportiva, máquinas, a gente conseguiu muita coisa boa para o município e por isso a boa votação, e queremos chegar a 75% no segundo turno – disse o agricultor Airto Milioranza, 56 anos, que está no quarto mandato de vereador no município.
Mas o que impulsionou mesmo a votação, segundo o vereador, foram os programas do Governo Federal, como o Luz para Todos e o Minha Casa, Minha Vida. Políticas voltadas para a população indígena também fizeram a diferença. Isso garantiu maioria esmagadora na área indígena Xapecó, que tem 15 mil hectares e abrange Entre Rios e Ipuaçu. Tanto que a segunda maior votação de Haddad foi em Ipuaçu, com 62,37% dos votos válidos.

– Aqui não existia luz na reserva e veio com o Luz Para Todos, no governo Lula, também foram construídas mais de 200 casas, também teve o Bolsa Família, por isso todo mundo vota no 13 – disse o agricultor Kaingang Demiciano Alves, de 48 anos. Ele e seu irmão Jorge Paulo Alves, de 42 anos, são eleitores assíduos do PT. E esperam mais incentivos para a agricultura, para poderem comprar vacas de leite e aumentarem a produção e a renda.
Entre Rios depende muito de recursos para o setor agropecuário, pois é a base da economia do município. Também necessita muito de investimentos em programas sociais, pois seu IDH, de 0,657, é considerado médio mas está entre os 15 piores de Santa Catarina.
Um fato curioso é que, apesar do bom desempenho nas eleições federais e estaduais, o PT está fora da atual administração, que é comandada pelo PP. Uma explicação é que tem eleitores que votam no PT para presidente, mas no município votam em outro partido. Joacir Milioranza, 58 anos, que é irmão de Airto, já foi vereador pelo PMDB, entre 2001 e 2004. Mas para presidente, ele e a mulher, Almeri Milioranza, 56 anos, são eleitores de Haddad.
clicrbs



quinta-feira, 18 de outubro de 2018

A Polícia Federal concluiu que propina da JBS/Friboi bancou a reforma da casa de uma das filhas de Michel Temer


O relatório final enviado pela PF (Polícia Federal) ao STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o chamado “inquérito dos portos” aponta “indícios concretos” de que dinheiro de propina da empresa JBS/Friboi para Michel Temer pagou a reforma da casa de uma de suas filhas, a psicóloga Maristela Temer. Conforme o delegado Cleyber Malta Lopes, o emedebista acompanhou detalhes – inclusive financeiros – da obra, contradizendo depoimentos da família.
A reforma foi realizada entre 2013 e 2015 (quanto Temer ainda era o vice da então presidenta Dilma Rousseff) e, segundo a investigação, pode ter custado até R$ 2 milhões. Grande parte foi paga com dinheiro-vivo. O imóvel está localizado no bairro Alto de Pinheiros, região nobre de São Paulo.
Quem comandou os trabalhos foi João Baptista Lima Filho (o “Coronel Lima”, amigo e braço-direito de Temer) e sua esposa, Maria Rita Fratezi, que é arquiteta. Ela teria ido pessoalmente até um dos fornecedores para fazer pagamentos em dinheiro-vivo.
Em delação premiada, executivos da JBS/Friboi disseram ao Ministério Público que repassaram como propina R$ 1 milhão ao Coronel Lima, a pedido de Temer. Os recursos seriam parte de um total de R$ 15 milhões em doações de campanha, supostamente acertados com o político. A data de entrega do valor coincide com o período das obras, o que chamou a atenção da polícia.
Florisvaldo Oliveira, ex-funcionário da JBS/Friboi (dos empresários Joesley e Wesley Batista), disse que levou R$ 1 milhão ao coronel, na sede de uma de suas empresas, a Argeplan, em 2 de setembro de 2014. “R$ 1 milhão repassado para Lima, sob o qual recai indícios concretos de utilização direta em reforma de imóvel de Maristela, configurado também o crime de lavagem de dinheiro”, detalhou o delegado.
Para a PF, o diálogo “não deixa dúvidas de que Temer de fato estava acompanhando as obras do imóvel de Maristela, inclusive os custos”. O delegado anexou uma troca de mensagens no relatório entre a mulher de Lima e a filha do presidente, como prova de que Temer sabia detalhes da obra.
“Olá Maristela te enviei por mail, os descontos da Indusparquet. Bj. Rita”, escreveu Maria Rita. “Ok. Passo para o papai?”, perguntou Maristela. “Passei os preços para João [Baptista], que disse que vai aprovar com ele”, respondeu a arquiteta.
Segundo o delegado Cleyber Malta Lopes, as mensagens expõem uma contradição do depoimento da filha do emedebista, que disse que seu pai “não auxiliou com nenhuma parte dos recursos que a depoente utilizou”.
A polícia também acha que há contradição nas respostas dadas por Temer no inquérito. Ele disse que “nunca” realizou “negócios comerciais ou de qualquer outra natureza que envolvesse a transferência de recursos financeiros para o sr. João Baptista Lima Filho”.
Discrepância
Outro ponto apontado pela PF é que Maristela Temer disse em depoimento que gastou cerca de R$ 700 mil com a obra, mas a investigação conseguiu juntar provas que mostram que o valor é superior, podendo chegar a R$ 2 milhões.
A declaração da filha do presidente fez a “situação se agravar”, segundo a Polícia Federal. “Maristela não apresentou qualquer recibo que comprovasse em definitivo que os gastos foram suportados de fato por ela”, diz o relatório.
Os crimes apontados são: corrupção passiva, ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A PF pediu a prisão de Lima e outros quatro investigados. O Ministério Público ainda terá de se manifestar e o ministro Luís Roberto Barroso é quem vai decidir. Os indiciados são:
Michel Temer, sua filha, Maristela Temer, Rodrigo Rocha Loures, seu ex-assessor, Antonio Greco, ex-diretor da Rodrimar, Ricardo Mesquista, também da Rodrimar, Gonçalo Torrealba, diretor do grupo Libra, o coronel João Baptista Lima Filho e sua mulher, Maria Rita Fratezi, amigos de Temer, Carlos Alberto Costa e seu filho, diretor da Argeplan, e Almir Ferreira, contador da Argeplan.
Outras obras
A PF afirma no relatório que o coronel Lima já tinha um histórico de realização de obras para o presidente Temer. Além da residência de Maristela, a polícia aponta três outros serviços prestados, em 1988, 1993 e 1999. As reformas foram feitas, segundo o delegado, em residências do emedebista e em seu comitê eleitoral.
OSUL

Doze senadores eleitos devem um total de 65 milhões de reais ao governo federal


Pelo menos 12 dos 54 senadores eleitos ou reeleitos devem, juntos, cerca de R$ 65 milhões à União. De acordo com dados da PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, os parlamentares estão inscritos na dívida ativa por pendências previdenciárias e inadimplência em outros tipos de tributo.
O levantamento inclui dívidas vinculadas ao CPF dos eleitos e ao CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Física) de empresas das quais aparecem como sócios. Foram considerados apenas os 54 senadores que saíram vitoriosos das urnas neste ano, quando os eleitores escolheram dois representantes por Estado. Eles se juntarão aos outros 27 parlamentares que já estão na Casa desde 2014, ano em que cada unidade da Federação elegeu um senador.
Reeleito pelo Pará, o senador Jader Barbalho, do MDB, aparece com o maior volume de dívidas contraídas em nome de pessoa jurídica. Ao menos três empresas do parlamentar (uma do ramo de agronegócio e duas da área de comunicação) somam R$ 57,7 milhões em débitos.
Barbalho foi um dos parlamentares que recorreram ao Refis, programa de refinanciamento de dívidas aprovado neste ano pelo Congresso Nacional. Com um patrimônio avaliado em R$ 13,1 milhões, ele tem ainda registrado em seu nome na Procuradoria da Fazenda um débito de R$ 18,5 mil.
Maior devedor
Como pessoa física, o maior devedor é Oriovisto Guimarães, do Podemos, que estreará no Senado após ter votação surpreendente e ficar na primeira colocação no Paraná. Empresário com patrimônio declarado de mais de R$ 239 milhões, ele deve R$ 5,5 milhões. Com base nos dados da Justiça Eleitoral, o candidato injetou R$ 3,25 milhões na própria campanha e doou R$ 1,75 milhão ao presidenciável Alvaro Dias, do seu partido. Somados, os valores são próximos ao que deve à União.
Assim como Guimarães, outros recém-eleitos declararam ter patrimônio muito acima de suas dívidas junto à União. Com 35 anos, Irajá Abreu (PSD), filho da senadora e ex-candidata a vice-presidente Kátia Abreu, é o senador mais novo da história. Ele aparece com dívida pessoal de R$ 40,6 mil com a União, tendo declarado um patrimônio de mais de R$ 5 milhões. Na lista de bens, disponível no site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), constam cinco veículos que, juntos, custam quase R$ 330 mil. O mais caro é um Toyota SW4 SRV modelo 2018, no valor de R$ 135 mil.
Por outro lado, o jornalista Jorge Kajuru (PRP) – outro novato na política – foi eleito por Goiás dizendo ter apenas R$ 95 mil em bens. No entanto, ele está inscrito na dívida ativa com mais de R$ 700 mil em pendências tributárias. Desse montante, R$ 444,7 mil estão em nome da empresa K Produções Artísticas Ltda. e R$ 276,6 mil no próprio nome.
Justiça trabalhista
Além de dívidas com a União, alguns dos novos senadores também são alvo de ações na Justiça do Trabalho. Consultas no TST (Tribunal Superior do Trabalho) indicam 13 processos. Só Eduardo Girão, eleito pelo PROS em Minas Gerais, responde a cinco ações por meio de companhias dos ramos de segurança e distribuição. Os processos tramitam no TRT-3 (Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, em Minas Gerais).
Os processos são referentes, na maioria das vezes, a ex-empregados que alegam falta de pagamento de verbas de rescisão ou depósitos previdenciários por empresas em que os senadores têm participação societária. Veneziano, senador eleito pelo PSB da Paraíba, por exemplo, é réu em processo no Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região, na Paraíba, de quando era prefeito de Campina Grande, em 2007.
OSUL

Evento do Outubro Rosa acontece nesta terça-feira (16) em Coronel Martins



O Governo Municipal de Coronel Martins, por meio da Secretaria de Saúde e de Assistência Social, realiza nesta terça-feira (16), às 19h, evento em alusão ao Outubro Rosa, para chamar atenção do público feminino para a importância da prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama e de colo de útero.
O evento acontece no Centro de Multiuso e contará com gincanas e conversa sobre o assunto com a equipe de saúde e da assistência social do município. “Iremos realizar um evento diferenciado e com diversas atividades que despertem nas mulheres a atenção para este assunto de extrema importância”, destaca o secretário de Saúde, Ivair Baldissera.
A noite contará também com momentos de confraternização e coffe-break para as mulheres. “No ano passado realizamos um encontro neste formato e que agradou muito as mulheres que participaram, a diferença é que nesta edição será realizada a noite, para que um número maior de pessoas possam participar”, frisa a secretária de Assistência Social, Rosa Camargo.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), somente neste ano foram registrados 59,7 mil novos casos de câncer de mama no país.

Cleber Coelho  

 Município de Coronel Martins

Após negativa do Estado, trabalhos de recuperação da SC 482 são iniciados pelo Governo Municipal







O Governo Municipal, através da Secretaria de Obras, iniciou nesta semana a recuperação da SC 482. Nesta primeira etapa dos trabalhos estão sendo feitas as reaberturas de sarjetas e remoção da lama que acumulou com o tempo em bueiros e nas laterais da rodovia.
Para a execução do serviço estão sendo usados o trator de esteiras e uma retroescavadeira do município, que conforme o secretário de Obras, Altair Belatto (Chico), são máquinas que podem trabalhar mesmo em períodos de chuva e em locais com grande acúmulo de lama, como é o caso da rodovia.
A iniciativa do Governo Municipal de recuperar a rodovia, partiu após o Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra) se pronunciar que não tem previsão de realizar melhorias na rodovia estadual que corta o município até a divisa com o distrito de São Domingos, Maratá. “Pedimos para que cumprissem com a responsabilidade deles, mas com a negativa nos replanejamos para estar executando o serviço por conta própria, uma vez que a situação da estrada está precária”, explica o prefeito Ademir Madella.
Conforme Chico, o serviço está sendo feito em simultâneo a recuperação das estradas municipais. “Continuamos com o serviço de recuperação das vias municipais, atendendo as comunidades de nosso município, pois sabemos que tem muito trabalho ainda a ser feito, mas agora dando atenção também para esta estrada estadual”, explica.
Ainda de acordo com o secretário, assim que o clima permitir, os serviços de recuperação das estradas serão intensificados para que possamos atender também a SC 482.


Cleber Coelho  
 Município de Coronel Martins

ESTADO DE SANTA CATARINA ABANDONA CONSERVAÇÃO DE RODOVIAS







Estado não atende pedido de recuperação da SC 482, que liga Coronel Martins ao Maratá

Nos últimos meses o Governo Municipal de Coronel Martins intensificou a cobrança para que o Governo do Estado cumpra com suas responsabilidades e realize melhorias na rodovia estadual que liga o município ao distrito do Maratá (São Domingos). As condições da rodovia são precárias, apresentando diversos problemas .
Após várias solicitações, o Departamento Estadual de Infraestrutura (DEINFRA), respondeu que não tem previsão em realizar melhorias na rodovia. Diante da negativa, o Governo Municipal consultou como deve proceder caso queira recuperar a via por conta própria.
Porém, mesmo autorizando a execução do serviço, o DEINFRA jogou a responsabilidade por quaisquer danos ao município, caso venha a mexer na estrada. Conforme o prefeito Ademir Madella, isso é o agravante da situação. “Eles fizeram questão de ressaltar que os custos referente ao serviço e também quaisquer prejuízos que venham a ocorrer na rodovia ou a terceiros é de inteira responsabilidade do município, e por se tratar de rodovia torna um serviço muito arriscado”.
Ade frisa ainda que no momento o foco é realizar a recuperação das estradas que são de responsabilidade do município. “A condição da rodovia estadual é das piores possíveis o que dificulta o tráfego no local e prejudica muito nossos agricultores e quem passa por ali. Mesmo sendo de responsabilidade do Estado, entendemos que algo precisa ser feito, mas no momento nosso planejamento está voltado em melhorar as estradas municipais”, explica Madella.  
No início deste ano, o Governo Municipal também realizou por conta própria uma operação para tapar os inúmeros buracos nos cinco quilômetros asfaltados da mesma rodovia. “Na época também solicitamos ao DEINFRA melhorias naquele trecho, mas não fomos atendidos. O que nos obrigou a tomar a medida de tapar os buracos por conta própria para evitar acidentes, além do mais,  nossa população vinha tendo constantes prejuízos ao usar a via”, esclarece Madella.

A última vez em que o Deinfra realizou uma operação de recuperação básica na SC de acesso a Coronel Martins foi no início de 2017, quando o trecho de estrada de chão também recebeu melhorias.