terça-feira, 30 de outubro de 2018

Michel Temer está disposto a votar a reforma da Previdência até o fim do ano, mas a iniciativa deve partir de Bolsonaro, disse o ministro da Casa Civil


O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse nessa segunda-feira que o governo do presidente Michel Temer está disposto a fazer “um esforço” para votar ainda neste ano a reforma da Previdência na Câmara dos Deputados. Ele ressaltou, porém, que essa iniciativa para reacender o assunto deve partir do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).
Padilha, que pelo lado da atual gestão comandará o processo de transição de governo, disse que o primeiro encontro ocorrerá nesta quarta-feira, com o provável coordenador da equipe do novo governo, deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), um dos articuladores da campanha de Bolsonaro e já anunciado por ele para a chefia da Casa Civil.
“O presidente assinalou que estaria disposto – se for do interesse do novo presidente e do novo governo – a fazer um esforço para que se possa ter ainda neste ano a votação do projeto de reforma da Previdência, ao menos na Câmara dos Deputados”, disse Padilha a jornalistas.
“A vontade do presidente permanece, mas esta é uma provocação que tem que partir do presidente eleito”, acrescentou. Para o ministro, a reforma está “pronta”, e é peça fundamental para o ajuste fiscal, mas ponderou que não cabe a ele opinar sobre o que o novo governo deve fazer.
Mais cedo, em entrevista à rádio CBN, de São Paulo, Onyx defendeu que a necessidade de que reforma das regras do setor seja feita “de uma única vez”, com Bolsonaro já empossado no Palácio do Planalto.
“A gente tem que ter clareza de que aquilo que foi proposto pelo atual governo era apenas um remendo com o objetivo de fazer um ajuste curto de caixa, que não duraria cinco anos”, disse o braço-direito de Bolsonaro a um repórter da emissora.
Cargos remunerados
De acordo com Eliseu Padilha, a equipe de transição poderá contar com até 50 cargos remunerados e terá acesso a um programa informatizado com todos os dados do governo, incluindo as contas públicas e a composição da máquina administrativa.
Padilha calcula, por exemplo, que Bolsonaro terá à sua disposição 10 mil cargos comissionados. Ele explica que a atual gestão cortou 4.500 cargos dos 24 mil existentes. Uma parte dos que restaram será destinados a servidores de carreira: “Acabaram ficando de livre disposição da Presidência da República cerca de 10 mil cargos”. A intenção de Bolsonaro, segundo Onyx, é cortar pela metade os cargos comissionados.
osul

Nenhum comentário:

Postar um comentário