Participantes na conferência internacional sobre o futuro da Síria se comprometeram em repassar US$ 6 bilhões de ajuda para 2017, anunciou nesta quarta-feira (5) o comissário europeu de Ajuda Humanitária, Christos Stylianides, ao término do encontro realizado em Bruxelas.
“As delegações presentes aqui hoje fizeram uma promessa coletiva de doar US$ 6 bilhões apenas para este ano”, indicou Stylianides. Ele destacou o “dever moral” da comunidade internacional de agir para ajudar a Síria.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas havia marcado a reunião para tratar do ataque bárbaro e cruel que matou pelo menos 58 pessoas na Síria, nesta terça-feira (4). O próprio governo sírio é suspeito de usar armas químicas contra os moradores.
Grande parte das imagens a gente não tem nem como mostrar. Principalmente as logo depois do ataque que aconteceu de manhã cedo, enquanto a maioria dormia. As pessoas contaminadas se contorciam no chão, lavadas com uma mangueira d’água, as roupas arrancadas na tentativa de frear a contaminação. Muitas crianças com dificuldade de respirar.
As pessoas foram socorridas na própria cidade do ataque, Khan Cheikhoun, no Noroeste da Síria. A região é controlada pelos rebeldes.
Mas, depois, um hospital que tratava os feridos também foi bombardeado. Um pneumologista cuidava dos pacientes quando deu uma entrevista. Falou que encontrou nos atingidos compostos de fósforo, mas que ele não tinha mais o antídoto necessário. Então muitos pacientes tiveram que ser levados para o país vizinho, a Turquia, em busca de ajuda.
Ativistas locais dizem que foi usado gás sarin, uma potente arma química composta por fósforo, que afeta o sistema nervoso. Não tem cor nem cheiro. A produção e o armazenamento desse gás foram proibidos em 1993.
O governo sírio negou repetidamente a autoria do ataque.
Usar arma química é um crime de guerra. Por isso, a França e o Reino Unido pediram uma reunião de emergência na ONU que foi marcada para quarta-feira (5) de manhã.
O Conselho de Segurança já se reuniu outras vezes para isso, porque investigações da própria organização mostraram o uso de gás de cloro pelo governo sírio em outras oportunidades durante a greve. Agora, cada vez que eles se reúnem para falar sobre isso, a Rússia, apoiada pela China, usa seu poder de veto para evitar qualquer sanção ao governo de Bashar al-Assad.
A Rússia é aliada de Bashar al-Assad na guerra civil da Síria. Estados Unidos e a Europa querem tirar ele de lá. Ou, pelo menos, queriam. O governo Donald Trump diz que agora vai mudar o foco: apenas combater o Estado Islâmico.
Nesta terça-feira (4), o porta-voz da Casa Branca deu como certo que o ataque partiu do governo sírio, mas disse também que as ações hediondas de Assad são consequência da fraqueza de outro governo, o de Barack Obama.
Em seis anos de conflito na Síria já foram mais de 300 mil vítimas. Muitas crianças. Vidas que duraram menos do que a guerra dos adultos.
Em seis anos de conflito na Síria já foram mais de 300 mil vítimas. Muitas crianças. Vidas que duraram menos do que a guerra dos adultos.
osul
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