Os preços da gasolina subiram cerca de 20% para o consumidor final desde meados de 2017, quando a Petrobras passou a reajustar os preços diariamente e o governo aumentou a carga tributária sobre o setor. Com o aumento, o Brasil se consolida no posto de uma das gasolinas mais caras dentre os países produtores de petróleo, enquanto União, Petrobras, distribuidoras e revendedores tentam se dissociar da escalada dos preços dos combustíveis na bomba.
Levantamento da consultoria Air-Inc, que consolida estatísticas globais de custo de vida e mobilidade, mostra que a gasolina vendida nos postos brasileiros é a segunda mais cara dentre os 15 países que mais produzem petróleo no mundo. De acordo com a pesquisa, a gasolina é vendida no Brasil a US$ 1,30 por litro (considerando câmbio de R$ 3,3 e preço médio de R$ 4,28). No ranking dos maiores produtores de petróleo, só não é mais cara que o combustível vendido na Noruega.
Hoje, a estatal começa a adotar nova estratégia de divulgação de reajustes nas refinarias. A companhia passará a divulgar, junto com as variação percentual diária, o preço médio do litro da gasolina e do diesel nas refinarias. A intenção é deixar claro que os preços praticados nas refinarias correspondem a 1/3 dos preços na bomba.
Na semana retrasada, distribuidoras e postos entraram no centro de um embate com o governo, que pediu ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para investigar possível formação de cartel no setor. O presidente Michel Temer chegou a acusar publicamente as empresas da cadeia de distribuição e revenda de não repassarem ao consumidor as baixas nos preços nas refinarias.
Empresa diz que fica com 28% do preço da gasolina e 49% do diesel
Segundo a Petrobras, a empresa fica com 28% do preço total da gasolina e 49% do preço total do diesel. Na divulgação desta segunda-feira, o valor da gasolina A, que será cobrado nas refinarias a partir de terça-feira (20), é de R$ 1,5148 e o do litro do diesel A, de R$ 1,7369. Já o Gás Liquefeito de Petróleo residencial (gás de cozinha), continua com o mesmo preço, R$ 23,16, até abril, seguindo a nova política de ajustes trimestrais anunciada em janeiro deste ano.
De acordo com a estatal, utilizando dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o preço médio da gasolina em outubro de 2016 – quando foi adotada a nova política de preços da Petrobras – era de R$ 3,69 por litro. Em fevereiro de 2018, havia subido para R$ 4,23 o litro. Houve, portanto, uma variação de 54 centavos. Neste total, os ajustes feitos pela Petrobras respondem por 9 centavos, ou seja, um sexto do ajuste total.
No caso do diesel, o preço médio em outubro de 2016 era de R$ 3,05 por litro. Em fevereiro de 2018, havia subido para R$ 3,40 o litro. Houve, portanto, uma variação de 35 centavos. Neste total, os ajustes feitos pela Petrobras respondem por 12 centavos, ou seja, cerca de um terço do ajuste total.
Além da fatia da Petrobras, os componentes que formamos os preços dos combustíveis são a distribuição e a revenda, os tributos e as misturas de outros produtos. No caso da gasolina, a distribuição e a revenda ficam com 14% do total; os tributos (ICMS, Cide, PIS/Cofins) com 45%; e a mistura do etanol anidro com 13%. No diesel, a mistura com o biodiesel corresponde a 0,6% do preço; os tributos, 30%; e a distribuição e revenda, 15%.
Os componentes do GLP residencial estão divididos em 46% para a distribuição e revenda; 19% tributos e 35% a parte da Petrobras.
osul
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