sábado, 10 de dezembro de 2016

Padilha concentrava arrecadações do PMDB na Câmara, diz delator


Nas negociações para o acordo de delação premiada, o ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht Cláudio Mello Filho afirma que o núcleo político organizado do PMDB na Câmara era historicamente liderado pelo presidente Michel Temer, quando ainda era deputado federal.
Esse núcleo era formado também por Eliseu Padilha, hoje ministro-chefe da Casa Civil e Moreira Franco, outro com cargo de destaque no Palácio do Planalto.
“Pelo que pude perceber ao longo dos anos, a pessoa mais destacada desse grupo para falar com agentes privados e centralizar as arrecadações financeiras é Eliseu Padilha, conhecido pelo codinome ‘primo’”, disse Cláudio nos termos de confidencialidade – espécie de pré-delação que antecede a assinatura do acordo com o MPF (Ministério Público Federal).
“Ele atua como verdadeiro preposto de Michel Temer e deixa claro que muitas vezes fala em seu nome. Eliseu Padilha concentra as arrecadações financeiras desse núcleo político do PMDB para posteriores repasses internos”, afirmou.
Eliseu padilha disse que a acusação é mentirosa e que não foi candidato em 2014. O ministro afirmou que nunca tratou de arrecadação para deputados ou para quem quer que seja. Cláudio Melo Filho também disse às autoridades que Geddel Vieira Lima, de codinome “babel”, ex-secretário de governo de Temer, “também possui influência dentro do grupo, interagindo com agentes privados para atender seus pleitos em troca de pagamentos”.
O ex-diretor falou que na ocasião do aniversário de cinquenta anos de Geddel, em março de 2009, “demos, em nome da Odebrecht, um presente relevante a ele. Compramos um relógio Patek-Philippe, modelo Calatrava, que foi enviado juntamente com um cartão assinado por Emílio Odebrecht, Marcelo Odebrecht e eu”. Cláudio anexou a foto do relógio ao acordo de delação. (AG)
osul

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