sexta-feira, 31 de março de 2017

Para empresários de SC, fim da desoneração da folha é retrocesso


fim da desoneração da folha de pagamento, anunciada ontem pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, é vista como um equívoco pelos setores produtivos catarinenses. A medida, que passa a valer em 90 dias, é mais uma tentativa de aumentar receita do governo. O impacto previsto é de R$ 4,8 bilhões para o orçamento deste ano. 
A atitude adotada pelo governo federal encerra uma das principais políticas da gestão Dilma Rousseff, que permitia que empresas de diversos setores deixassem de recolher contribuição previdenciária patronal de 20% sobre a folha e passassem a pagar de 1% a 2% sobre o faturamento. 
Na avaliação do ministro, a desoneração não gerou os efeitos esperados de recuperação econômica e geração de empregos. Ficaram de fora segmentos que o governo federal considera concentrar mais mão de obra: transporte rodoviário coletivo de passageiros, transporte metroviário e ferroviário, construção civil e obras de infraestrutura, e comunicação. 
Para o presidente da Federação das Indústrias de SC (Fiesc), Glauco José Côrte, o fim da desoneração é um "retrocesso lamentável".
— O argumento do governo, de que a desoneração não produziu os efeitos esperados, entra em contradição com a justificativa que o próprio governo usa para manter o incentivo a alguns setores: o de que eles são importantes geradores de postos de trabalho. Se a desoneração não gerou grandes volumes de emprego, certamente evitou a eliminação de muitos - afirma Côrte.
Inicialmente, o governo estudava retirar os incentivos para todos os setores, mas a pressão de empresários teria provocado o recuo.
O presidente do Sindicato das Indústrias Têxteis de Blumenau (Sintex), Ulrich Kuhn, também vê de forma negativa o fim da desoneração. Kuhn acredita que, além de reduzir a margem de lucro, a conta pode ser repassada ao consumidor final e ainda implica em perda de competitividade internacional dos produtos brasileiros. 
— Que esse tipo de processo tem que ser constantemente reavaliado eu concordo. Agora, simplesmente cortar tudo, não vejo sentido. Eu gasto demais aí eu quero arrecadar mais? Tem que gastar menos - reclama.
Fonte: Diário Catarinense

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