sexta-feira, 29 de julho de 2016

Cem mil caminhões podem parar no Sul do Brasil


O transporte rodoviário de cargas agoniza diante da mais grave crise já vivida pelo setor. As empresas apenas sobrevivem sem ter nenhuma margem financeira para investimento. A situação foi tema de intenso debate na reunião do grupo de sindicatos e transportadores do Sul do país, realizada em Catanduvas.

Como derradeira medida, a área alerta que a paralisação das atividades torna-se iminente, segundo informou nesta quinta-feira, dia 28, a assessoria de imprensa do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga e Logística de Chapecó (Sitran).

O órgão revela total decepção com o comportamento dos embarcadores (empresas que contratam os serviços, especialmente a indústria frigorífica) pela descortês e indiferente maneira como os transportadores estão sendo tratados. O presidente do Sitran, Deneraci Perin, cita que mesmo diante de um quadro falimentar “não há sensibilidade do embarcador”, comportamento que origina “decepção e descontentamento”.

Do encontro em Catanduvas participaram, além do sindicato local e de Chapecó, as instituições sindicais representativas dos municípios catarinenses de Concórdia e Videira, e os paranaenses de Francisco Beltrão, Dois Vizinhos e Toledo. Entre outros estados, sindicatos do Rio Grande do Sul, São Paulo e Mato Grosso também integram o grupo protestador. Decidida a paralisação, mais de cem mil caminhões deixarão de circular. O movimento é unificado entre os transportes de cargas frigorificadas e de grãos.

Sem prejuízo ao usuário

Os transportadores não vão formar barreiras impeditivas à circulação de veículos nas rodovias ou optar por iniciativas causem transtorno à população, “mas o embarcador terá graves problemas”. A alternativa é deixar os caminhões estacionados nas garagens. A medida extrema está sendo organizada para pressionar e tentar remover a “intransigência” e as “inconcebíveis, exageradas e intempestivas exigências operacionais” do embarcador, alerta o Sitran.

Última tentativa

Antes de decidir pelo fim do limite da paciência e decretar o manifesto, os sindicatos vão enviar aos embarcadores um pedido de revisão das tarifas, corresponsabilizando os tomadores dos serviços de cargas pela falência do transporte.

A defasagem histórica no valor do frete – congelado há mais de três anos, segundo o Sitran – aliada aos frequentes aumentos dos combustíveis e demais insumos, salários e outras obrigações formais estão entre os principais motivos para a iminente paralisação. “Não se trata de fortuita lamentação, mas sim da real constatação de desespero”, resume o presidente Deneraci Perin.

fonte:oestemais

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