quinta-feira, 22 de junho de 2017

Construção civil de SC perde 15 mil empregos entre 2014 e 2015


Ano do auge da crise econômica, 2015 foi desastroso para a construção civil catarinense: 15 mil empregos perdidos e uma queda real de 9,3% no valor total das obras e incorporações, para um total de R$ 12,9 bilhões. Como se não bastasse, o número de empresas do setor no Estado também diminuiu de 4.753 para 4.424, e a receita líquida delas caiu 11,8%. Os dados fazem parte da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apesar dos números muitos ruins, Santa Catarina ainda possui peso relevante no cenário nacional da construção: o Estado é o sexto em número de empresas ativas, o sexto em receita e o sétimo em valor bruto de produção
Nacionalmente, o setor perdeu 455 mil empregos em 2015, com queda real de 16,5% no valor das incorporações e de 18,2% na receita líquida das empresas. O salário médio dos trabalhadores também foi afetado: caiu de R$ 1.970,05 para R$ 1.943,43. O único número positivo no país foi em relação ao número de empresas, que subiu de 128 mil para 131 mil.
Presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil da Grande Florianópolis (Sinduscon), Hélio Bairros admite que o setor vive um momento preocupante.
— Se piorar ainda mais, vai ser uma quebradeira geral — afirma.
Segundo o empresário, o ano de 2014 já havia dado indícios da crise que estava por vir  — e o que veio em seguida foi pior do que as previsões mais pessimistas. Para se ter uma ideia da situação, ele cita a queda no número de empregados da construção civil na Grande Florianópolis: em 2011, no seu auge, eram 10,4 mil trabalhadores formais, cifra que despencou para 6,8 mil cinco anos depois:
— A construção civil é o primeiro setor a entrar em crise e o último a sair, porque depende muito do crédito. Se ele fica caro e escasso, as vendas despencam. As consequências são imediatas. 
Em relação ao futuro, os empresários têm uma palavra na ponta da língua: incerteza. Apesar de 2017 ter começado com uma leve retomada nos índices de emprego, as turbulências políticas dos últimos meses têm jogado por terra os avanços. Construtoras vêm segurando lançamentos e investimentos, e a expectativa é que um retorno aos patamares de 2011 possa demorar até cinco anos.
Em Florianópolis, queixas sobre Plano Diretor
Enquanto o Estado está um pouco melhor que o resto do país, o mesmo não pode se dizer sobre a construção civil em Florianópolis. As discussões sobre o Plano Diretor da cidade se arrastam desde 2006. Segundo o Sinduscon, a lentidão deixa o empresariado em compasso de espera. Nos últimos quatro anos, a estimativa é que R$ 4,5 bilhões tenham deixado de ser investidos na Capital.
— Algumas empresas não fecham por má gestão. Às vezes são dificuldades invencíveis e deixam todo o setor em compasso de espera.  
Fonte: DIÁRIO CATARINENSE/wh3

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