Um dia depois de ter chamado o presidente Michel Temer (PMDB) de “corrupto”, após dois apadrinhados seus terem sido demitidos do governo federal por causa do seu voto contrário à reforma trabalhista em comissão do Senado, o senador Hélio José (PMDB-DF) viu outro de seus aliados na administração ser demitido: a degola, dessa vez, atingiu Aline Rezende Peixoto, que perdeu o cargo de superintendente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) no Distrito Federal.
A demissão foi publicada no Diário Oficial da União dessa quinta-feira. No dia anterior, menos de 24 horas após o senador contrariar o governo, já haviam sido exonerados Vicente Ferreira, da Diretoria Planejamento e Avaliação da Sudeco (Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste), e Nilo Gonçalves, até então titular da SPU-DF (Superintendência do Patrimônio da União no Distrito Federal).
Após as duas primeiras demissões, Hélio José partiu para o ataque ao governo Temer. “Nós não podemos permitir que o governo transforme votações em balcão de negócios. Esse governo está podre. Esse governo corrupto tinha que ter vergonha na cara e renunciar”, afirmou.
O peemedebista surpreendeu o governo ao votar contra o relatório do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) sobre a reforma trabalhista na CAS (Comissão de Assuntos Sociais). Um texto alternativo do senador Paulo Paim (PT-RS), contrário à reforma, foi aprovado por dez votos a nove.
O peemedebista surpreendeu o governo ao votar contra o relatório do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) sobre a reforma trabalhista na CAS (Comissão de Assuntos Sociais). Um texto alternativo do senador Paulo Paim (PT-RS), contrário à reforma, foi aprovado por dez votos a nove.
Nas redes sociais, o parlamentar comentou a demissão de seus apadrinhados políticos. “Não serão essas represálias contraditórias que farão eu mudar de ideia”, declarou Hélio José.
Ele também justificou o seu voto em colisão com os interesses do Palácio do Planalto: “A reforma trabalhista é equivocada e vem precarizar ainda mais as relações de trabalho. É inadmissível que um governo mergulhado nesse emaranhado de corrupção tome esse tipo de atitude de retaliação de quem quer fazer as coisas de forma adequada. É uma falta de consideração”, afirmou Hélio José na quarta-feira. “Não dá para ser coagido, chantageado, por causa de posto no governo.”
Questionamento
A nomeação de Nilo para o SPU, em agosto do ano passado, gerou muita polêmica, depois que Hélio José foi flagrado em gravações divulgadas na internet dizendo que consegue nomear “a melancia que quiser no governo federal” e que “quem não estivesse com ele podia cair fora”. A conversa teria ocorrido durante uma reunião com servidores do órgão.
O registro, feito nas dependências da Secretaria de Patrimônio, foi considerado uma tentativa de demonstração de força em relação à nomeação de cargos do segundo escalão. “Ele (Francisco Nilo) tem lado. O lado dele é o senador Hélio José, que é o responsável pela SPU a partir de hoje. A partir de hoje, a SPU é responsabilidade minha, do senador Hélio José, gabinete 19 da Teotônio Vilela”, declarou o parlamentar, sem saber que estava sendo gravado.
osul
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