O Havaí viveu momentos de pânico, no último sábado, quando um falso alerta de ataque nuclear foi disparado a seus moradores. Em sua casa no centro de Honolulu, o jornalista e correspondente norte-americano Caleb Jones viveu momentos de pânico, ao se aventurar na tentativa desesperada de tentar salvar a si mesmo e a sua filha, até descobrir que não havia uma real ameaça.
“Era uma bela manhã no Havaí: brisa agradável, céu azul, pássaros cantando. E então o terror chegou”, conta. “Eu e minha filha havíamos acordado cedo, pegamos as roupas de patinação da minha filha e, quando eu estava prestes a entrar no chuveiro, às 08h, o meu telefone começou a emitir um som agressivo e longo, que normalmente acompanha um alerta de enchente ou outro tipo de aviso. No celular, estava escrito: “Alerta de emergência: “Ameaça de míssil balístico no Havaí. Procure abrigo imediatamente. Isso não é um teste.”
O jornalista então olhou em direção ao Aeroporto Internacional de Honolulu, já imaginando uma explosão nuclear sobre a paisagem, invadindo a estrada e chegando às finas paredes de sua casa, como nos filmes e documentários sobre detonações atômicas. “Não havia nenhuma estrutura, porão ou cômodo interior no qual faria sentido se abrigar. Eu não tinha um estoque de água ou comida. Entrei em pânico”, relata.
Ele já havia participado de coberturas de testes, avisos e simulações com sirenes. “De acordo com os especialistas, poderia levar de 12 a 15 minutos para um míssil atingir o território”, calculou. “Eu provavelmente tinha mais informações sobre o que fazer do que a maioria das pessoas no Havaí: abrigar-se, cobrir-se, sintonizar-me e aguardar instruções.”
Conforme Jones,hgavia duas opções: lutar ou correr. “Eu sabia que não haveria trânsito numa manhã de sábado. Então, escolhi correr, o que, agora em uma retrospectiva, pode ter sido a decisão errada. Ou talvez não”, questiona.
“Temos que sair”, pensei. “Eu tinha 12 minutos para tirar a minha filha da zona da explosão, indo até a área de montanhas. Coloque os sapatos, temos que ir, eu disse a uma criança de 7 anos que eu protejo com a minha própria vida.”
A filha perguntou ao pai o motivo da movimentação, e ele disse que não tinha certeza, mas que precisavam partir, com urgência: “Eu decidi ser honesto e manter um tom de voz calmo. Admiti a ela que eu ainda não sabia exatamente o que estava ocorrendo, mas lembrei à menina aqueles testes com sirenes que ela tivera na escola. Disse que seria como aquilo e precisaríamos ir a algum lugar seguro”.
Estratégia de fuga
O plano do correspondente era ir a Target, em Kailua, e se abrigar lá. Havia muita comida, uma estrutura forte e estava longe do provável “marco-zero” (o ponto de detonação). “Eu estava com o meu computador e tudo de que precisava para trabalhar. Imaginei que poderia proteger a minha filha e ainda fazer o meu trabalho de noticiar ao mundo o que estava acontecendo”, ponderou.
“Pulamos no carro e dirigimos para longe de Honolulu e outros tiveram a mesma ideia, dirigindo extremamente rápido, fugindo do centro da cidade”, prossegue. “Mas o trânsito ainda estava tranquilo o bastante para que os carros voassem na estrada. Você podia ver o pânico nas expressões das pessoas, usando os seus celulares enquanto dirigiam.”
Jones chegou ao topo da estrada e ao outro lado da montanha bem rápido, olhando pelo retrovisor para saber se havia algum “cogumelo” de fumaça, ou algum sinal do tipo. Àquela altura, uma das colegas dele havia conseguido falar com as autoridades, que haviam informado que o alarme era falso.
“Ela me enviou uma mensagem com a notícia, mesmo assim não havia qualquer notificação oficial de que tudo estava bem, e as pessoas ao meu redor continuavam em pânico”, critica. “Quando percebi que não iríamos todos morrer, meu pânico pela segurança de minha filha se converteu em energia para espalhar a notícia.”
osul
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