Quatro pessoas foram presas preventivamente na Operação Atrox, deflagrada nesta segunda-feira (29) em quatro cidades do Paraná: em Ibaiti e em Londrina, no norte; em Matinhos, no litoral; e em Telêmaco Borba, nos Campos Gerais. Entre os presos, está o delegado de Matinhos, ex- delegado de Barracão (PR), Max Dias Lemos.
De acordo com o Ministério Público (MP), Max Dias Lemos é suspeito de soltar, sob pagamento de propina, presos investigados por tráfico de drogas e outros crimes. No momento da prisão, porções de droga foram apreendidas com ele.
Conforme publicação do G1 o advogado de Max, Miguelângelo Lemos, informou que ainda está se inteirando do caso e que, por isso, a defesa prefere não se manifestar no momento. O delegado deve responder por corrupção passiva majorada e por falsificação de documento público.
A Polícia Civil disse que será instaurado um processo administrativo pela Corregedoria Geral da Polícia Civil (Cgpc), para apurar a conduta do servidor.
Os outros três presos, que não tiveram os nomes revelados, devem responder por tráfico interestadual de drogas, associação para o tráfico e corrupção ativa majorada, conforme o MP. Além dos quatro mandados de prisão preventiva, foram cumpridos outros nove de busca e apreensão.
Investigações
Segundo o MP, as investigações - que duraram oito meses - tiveram início enquanto um homem de Ibaiti, suspeito de ser traficante e de liderar uma organização criminosa na região, era monitorado. Durante o monitoramento, conforme a promotoria, foi descoberto que um policial militar e o sogro do prefeito de Ibaiti foram de caminhonete a Matinhos para levar drogas para o investigado.
Foi, então, que o policial e o sogro do prefeito foram presos em flagrante. Conforme o MP, porém, eles ficaram na cadeia por uma noite. Ambos foram soltos ilegamente por suspeita de pagar propina para o delegado. "No dia do flagrante, esse traficante que seria o líder conseguiu fugir, mas conseguimos prendê-lo e mantê-lo preso em Londrina depois", relata a promotora Dúnia Serpa Rampazzo.
A operação foi coordenada pela 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de Ibaiti. Para o cumprimento dos mandados, o MP teve o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Equipe de Inteligência da Polícia Militar (PM). "Em latim, Atrox significa repugnante, que é o que consideramos esses atos de corrupção", explica a promotora.
O que a Polícia Civil diz
Em nota, a Polícia Civil se manifestou sobre o caso. Leia a íntegra abaixo:
"O Departamento da Polícia Civil informa que, na manhã desta segunda-feira (29), a Corregedoria Geral da Polícia Civil (CGPC) em apoio ao Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) cumpriu um mandado de prisão preventiva contra o delegado Max Dias Lemos, atualmente lotado na Delegacia de Matinhos, pelo crime de corrupção passiva, investigado em Ibaiti, região Norte Pioneiro.
Os policiais também cumpriram mandados de busca e apreensão na Delegacia de Matinhos e na residência do delegado investigado, onde foram encontradas porções de cocaína, motivo pela qual também será autuado por isso.
O delegado será encaminhado ao Centro de Triagem (CT) da Capital, onde ficará à disposição da Justiça. Em paralelo a isso, será instaurado um processo administrativo pela Corregedoria Geral da Polícia Civil (CGPC), para apurar a conduta do servidor. Se comprovada irregularidades, o delegado estará sujeito a pena de demissão do cargo. A direção da Polícia Civil enfatiza que qualquer ato em desconformidade com as regras de conduta contidas nas leis e no estatuto da Polícia Civil será rigorosamente apurado".
Fonte: G1/wh3
Nenhum comentário:
Postar um comentário