O coronel da reserva que ameaçou a presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Rosa Weber, usará tornozeleira eletrônica e está impedido de ir a Brasília, segundo informações da Polícia Federal. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, Carlos Alves chama a ministra de “salafrária, corrupta e incompetente” por ela ter se reunido com representantes de partidos políticos que solicitaram uma investigação sobre a reportagem do jornal Folha de S.Paulo.
A reportagem revelou que empresas que apoiam o candidato Jair Bolsonaro (PSL) pagaram pelo impulsionamento de mensagens anti-PT no aplicativo de mensagens WhatsApp durante as eleições. Na gravação, o coronel da reserva fala, se dirigindo à ministra Rosa Weber, que ela “não se atreva” a dar seguimento à ação da campanha do PT contra Bolsonaro.
Em nota, a PF disse que cumpriu na tarde de sexta-feira (26) um mandado de busca e apreensão. Computadores e aparelhos celulares foram recolhidos. A Justiça do Rio de Janeiro determinou ainda que o investigado seja proibido de andar armado ou de possuir arma em casa e que se mantenha distante de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), do TSE e também de Raul Jungmann (Segurança Pública).
Ainda de acordo com o texto divulgado pela polícia, o coronel poderá responder pelos crimes de difamação, injúria, constrangimento ilegal, ameaça, além de crimes previstos na Lei de Segurança Nacional.
O que diz o Exército
Após a decisão do STF, o Exército divulgou uma nota na qual afirmou que o militar “afronta diversas autoridades” e deve assumir as responsabilidades pelas declarações, que “não representam o pensamento do Exército Brasileiro”.
Cabe ressaltar, ainda, que o comandante do Exército, por intermédio de seu gabinete, encaminhou uma representação ao Ministério Público Militar solicitando que fosse investigado o cometimento de possível ilegalidade”, acrescentou a força. Segundo o Ministério Público Militar, a apuração cabe ao Ministério Público Federal “uma vez que não se trata de crime militar”.
Íntegra
Leia abaixo a íntegra da nota da PF:
Brasília/DF – A Polícia Federal cumpriu na tarde de (26/10) mandado de busca e apreensão, expedido pela 5ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. A ação é resultado de representação da Polícia Federal à Justiça, com o objetivo de investigar ameaças e ofensas, divulgadas em vídeos na internet, a diversas instituições e autoridades da República. Foram apreendidos pela PF dispositivos de armazenamento de dados, como computadores e aparelhos celulares.
Além do mandado de busca e apreensão cumprido no Rio de Janeiro, o juízo determinou o monitoramento eletrônico do investigado, a proibição de andar armado e possuir arma em casa, o impedimento de deslocar-se à cidade de Brasília, bem como a obrigação de se manter a pelo menos de 5 km de distância de todos os Ministros do STF, do TSE e do Ministro de Estado da Segurança Pública.
O investigado poderá responder pelos crimes de difamação, injúria, constrangimento ilegal, ameaça, além de crimes previstos na Lei de Segurança Nacional.
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