sábado, 22 de julho de 2017

Para evitar falência, Justiça manda afastar membros do conselho da Teka


Com 91 anos de história, a blumenauense Teka, um dos ícones do mercado de cama, mesa e banho do Brasil e da América Latina, está à beira da falência. Uma auditoria encomendada pela Justiça aponta que hoje a empresa não tem condições de saldar as suas dívidas. É grave a situação financeira da tradicional indústria têxtil instalada no bairro Itoupava Norte.
Sustentado por números apurados neste estudo, o juiz Clayton Cesar Wandscheer, da 2ª Vara Cível de Blumenau, determinou na última semana o afastamento de membros dos conselhos fiscal e administrativo da Teka, entre eles Frederico Kuehnrich Neto, integrante da família fundadora. O empresário, no entanto, permanece no cargo de presidente, mas recebendo apenas metade do salário – os valores pagos até então eram incompatíveis com a realidade da companhia, anotou o magistrado.
A decisão judicial, publicada na quarta-feira, atendeu a um pedido feito pela administradora judicial da Teka, a advogada Carmen Schafauser. O magistrado não foi localizado pelo blog para comentar o caso, mas nos autos afirma que a atual gestão “não vem sendo eficaz para superar as dificuldades” e comenta que é “inegável não pensar que a falência da empresa seria a única alternativa”. O juiz também alega que “mudanças drásticas” precisam ser feitas em uma “última tentativa de reversão desta calamitosa situação”.
Neste cenário, a troca de nomes das cadeiras do conselho representaria uma cartada derradeira para tentar salvar a empresa e preservar os direitos dos credores. A advogada Carmen Schafauser também foi procurada para comentar o caso, mas blog não obteve retorno.
Dívida pode se tornar impagável, alerta juiz
O mesmo levantamento que embasou a decisão da Justiça de determinar mudanças nos conselhos fiscal e administrativo da Teka ilustra o tamanho do rombo das atividades. De 2012 em diante, o endividamento da companhia aumentou 123%. Seguindo nesse ritmo, o passivo atingiria, nas palavras do juiz, a “incrível” e “impagável” quantia de R$ 3,24 bilhões em dezembro de 2019. A auditoria, de acordo com a decisão judicial, aponta ainda que a marca, apesar de renomada, vem gradualmente perdendo espaço no mercado e que a empresa tem dificuldades para pagar os salários dos funcionários. A situação é confirmada pelo Sintrafite: o sindicato que representa os trabalhadores têxteis revela que os vencimentos vêm sendo parcelados em três vezes.
CONTRAPONTO
Procurada pela reportagem para comentar a decisão judicial e a atual situação econômica da empresa, a Teka enviou, por e-mail, o seguinte posicionamento em nome do seu advogado, José Manuel Freitas da Silva:
Trata-se de procedimento normal em empresas que se encontram em recuperação judicial, decisão que a Teka acatará no que for cabível após os questionamentos pertinentes.

clicrbs

Nenhum comentário:

Postar um comentário