segunda-feira, 21 de maio de 2018

A Caixa Econômica Federal vai fechar cem agências em todo o País até setembro


Em busca de lucros cada vez maiores, a Caixa Econômica Federal adotou uma estratégia de enxugar o quadro de servidores e reduzir o número de agências. De dezembro de 2014 até agora, o banco cortou 15 mil funcionários, fechou 30 agências e já tem outras cem no radar. O levantamento é da representante dos trabalhadores no conselho de administração do banco, Rita Serrano.
Há pouco mais de duas semanas, a instituição lançou um programa de eficiência para reduzir gastos e economizar R$ 2,5 bilhões. A medida atinge todo tipo de despesas, como pagamento horas extras para funcionários, revisão de contratos de aluguel, de prestação de serviços e até mesmo economia com copinho de café, conforme revelou Rita ao jornal O Globo.
No Rio de Janeiro, a Caixa está mudando sua sede da avenida Almirante Barroso para o Porto Maravilha. Segundo Rita, o banco também elevou juros, tarifas e só mais recentemente, reduziu taxas para empréstimos habitacionais, com atraso em relação à concorrência.
Para representante dos trabalhadores no conselho de administração do banco, a Caixa está cada vez mais parecida com um banco privado:
“Banco público também tem que dar resultado, mas se ele é igual ao privado, perde a razão de existir”, destacou Rita, acrescentando que a ideia é empurrar a população, sobretudo de baixa renda, para os correspondentes bancários, como lotéricas, dificultando o processo a bancarização e tornando o atendimento mais precário.
Evento em Brasília
Ao mesmo tempo em que corta gastos, a Caixa realizou um evento com custo superior a R$ 10 milhões com caráter festivo para seis mil gestores, como gerentes-gerais, superintendentes e diretores de todo o País, que ganharam passagens para ir à Brasília. Os funcionários participaram de palestras e, ao fim, de uma micareta com o cantor Saulo, ex-vocalista da banda Eva.
A Caixa também convidou celebridades para o evento. Os mestres de cerimônia foram o ator Luigi Barricelli, astro de novelas globais, e a apresentadora Renata Fan, do Programa Jogo Aberto, da Band. Cafu, ex-seleção de futebol, foi chamado para uma palestra especial, cujo propósito era motivar os gestores. Ele foi precedido pelo próprio presidente do banco, Nelson Antônio de Souza; por Gil Giardelli, webativista que falou sobre inovação; e a expert em tecnologia digital Martha Gabriel.
“Para mim, isso é uma contradição”, afirmou Rita, acrescentando que fez questão de deixar sua posição contrária à realização do evento durante a reunião do conselho de administração na semana passada.
“Responderam que era investimento, uma forma de motivar os funcionários”, contou.
No evento, o banco anunciou que a meta para o lucro de 2018 será de R$ 9 bilhões e não mais R$ 7,3 bilhões, conforme fora projetado anteriormente. Em 2017, o lucro do banco foi de R$ 8,7 bilhões (valor que subiu para R$ 12 bilhões com a queda na provisão de gastos com plano de saúde dos funcionários).
Para Rita, o banco tem outras maneiras de fixar metas sem ter que fazer um gasto milionário: “Todo mundo já está trabalhando sob pressão por resultado.”

osul

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