quinta-feira, 17 de maio de 2018

O Banco Central manteve a taxa básica de juros em 6,5% ao ano, encerrando a série de cortes


Em decisão que surpreendeu o mercado financeiro, o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) anunciou a manutenção da taxa básica de juros da economia em 6,5% ao ano. Com a medida, o Copom colocou fim a um ciclo de 12 cortes consecutivos na Selic, que se iniciou em outubro de 2016.
Na ata da última reunião, em março, o Copom havia sinalizado um corte “moderado” nos juros caso o cenário econômico evoluísse conforme o esperado. Por isso, grande parte dos analistas financeiros apostava em um corte de 0,25 ponto percentual.
Definição da taxa básica de juros
A definição da taxa de juros pelo BC (Banco Central) tem como foco o cumprimento da meta de inflação, fixada todos os anos pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). Para 2018, a meta central de inflação é de 4,5%, mas o sistema permite uma margem de tolerância e a meta não será, formalmente, considerada descumprida caso fique entre 2,5% e 6,5%. O mercado financeiro projeta uma inflação de 3,45% ao final do ano.
Quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas predeterminadas pelo Conselho Monetário Nacional, o Banco Central reduz os juros. Por outro lado, quando a inflação está alta, o BC eleva a Selic. A expectativa é que a subida da taxa também eleve os juros cobrados pelos bancos, ou seja, que o crédito fique mais caro e, com isso, freie o consumo, fazendo a inflação cair. Essa medida, porém, afeta a economia e gera desemprego.
Outro fator relevante para a alta dos juros são os efeitos da desvalorização do real frente ao dólar, como tem acontecido nos últimos dias. Isso porque os produtos, insumos e serviços importados ficam mais caros, gerando pressões inflacionárias. Por isso, o Copom analisa que precisa agir para impedir a disparada dos preços.
Efeitos da Selic na economia
A taxa básica influencia os juros praticados pelos bancos. No entanto, apesar da trajetória constante de queda e da mínima histórica da Selic, as taxas cobradas dos clientes seguem em patamar muito elevado. Em março (dado mais recente), a taxa média do cheque especial era de 324,7% ao ano, e do cartão de crédito rotativo, de 334,5% ao ano.
A Selic também é utilizada para definir o rendimento da poupança. Quando a taxa está abaixo de 8,5% ao ano, a correção anual das cadernetas equivale a 70% desse patamar, mais Taxa Referencial. Essa fórmula foi definida pelo governo para impedir que a poupança se tornasse um investimento mais atrativo do que outros utilizados por grandes investidores.
Com o corte anunciado nesta quarta, o rendimento das cadernetas também cai e passa a ser de 4,375% ao ano, mais Taxa Referencial.
osul

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