sexta-feira, 25 de maio de 2018

Greve dos caminhoneiros faz produtores sacrificarem pintinhos por falta de ração


A greve dos caminhoneiros está prejudicando o escoamento de ração e obrigando produtores a matar os pintinhos, segundo o diretor-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin.

“Não há comida. É melhor sacrificar do que deixar sofrer”, disse Santin. “Alguns bichos estão morrendo e há um risco elevado de canibalização. É preciso uma compreensão do comando de greve para não deixar o bicho sofrer”.

Como efeito da grave, o setor já acumula 120 frigoríficos fechados e 170 mil trabalhadores sem poder trabalhar. O prejuízo com a exportação já se aproxima de US$ 100 milhões.

"Estávamos numa velocidade de cruzeiro. Mesmo quando a greve acabar, retomar toda essa engrenagem vai ser difícil", afirmou Santin.

Inicialmente, a ABPA apoiou a greve dos caminhoneiros, mas a paralisação já está “passando dos limites”, segundo Santin, sobretudo depois da renúncia do PIS-Cofins do diesel, medida aprovada pela Câmara dos Deputados na quarta-feira, dia 23, como forma de tentar conter a paralisação dos caminhoneiros.

Empresas interromperam atividade

Ao longo desta semana, várias empresas do setor pararam a produção por causa dos protestos dos caminhoneiros. A JBS paralisou unidades em cinco estados (Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul). A empresa informou que “está adotando medidas em suas operações (fábricas) e logística, que inclui a paralisação de algumas unidades de carne bovina, aves e suínos, em razão da impossibilidade de escoar sua produção”.

A BRF anunciou interrupção da produção de 13 unidades em virtude da dificuldade de escoar os produtos, além da falta de recebimento de matéria-prima, insumos e animais para abate. A Aurora interrompeu as atividades em Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul.
Do G1/oestemais

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