segunda-feira, 14 de maio de 2018

A popularidade do presidente da Argentina despencou e o pessimismo cresceu no país


A imagem positiva do presidente da Argentina, Mauricio Macri, caiu para menos de 40%, enquanto a maioria dos cidadãos do país rejeita a intervenção do FMI (Fundo Monetário Internacional) e vê o futuro com pessimismo, segundo uma pesquisa de opinião divulgada nesse domingo.
A enquete, do Ceop (Centro de Estudos de Opinião Pública), revelou que 37,7% dos entrevistados têm uma imagem positiva de Macri e 62,7%, negativa, seis meses depois que a coalizão de governo Cambiemos (centro-direita) se impôs nas legislativas. É a opinião negativa mais alta e a positiva mais baixa sobre a imagem de Macri desde o início de seu mandato, em dezembro de 2015.
Cerca de 77% consideraram negativa a inesperada decisão do governo de recorrer ao Fundo Monetário Internacional para obter um novo crédito stand-by em meio a pressões cambiais, e apenas 20,9% aprovaram esta saída. “Deve-se levar em conta que a memória coletiva se nutre de más recordações de tempos indesejados que se associam ao temido FMI”, explicou Roberto Bacman, diretor do Ceop.
Outra pesquisa divulgada recentemente, da consultoria D’Alessio Irol-Berensztein, havia mostrado que 75% dos entrevistados consideraram “inadequado” recorrer ao FMI, enquanto 66% responsabilizaram o governo pela crise cambial. Dos entrevistados pelo Ceop, 70,5% consideraram “fracassada a luta contra a inflação” e 63% opinaram que o governo lidou “mal ou muito mal” em relação à taxa de câmbio.
Michel Temer elogia o colega argentino
O presidente Michel Temer usou o Twitter, na última semana, para elogiar a política econômica do governo argentino. A mensagem foi publicada um dia após o presidente Mauricio Macri anunciar que a Argentina pediu ajuda ao FMI.
“A política econômica do presidente Mauricio Macri é uma política de responsabilidade, de reformas para o crescimento sustentado e o desenvolvimento da Argentina. Temos plena confiança nesse caminho”, publicou Temer na rede social.
De acordo com Macri, o pedido de ajuda ao FMI foi feito para que a Argentina possa lidar com a recente volatilidade do mercado que levou à queda do peso (moeda local) e ao aumento da taxa de juros para 40%. “Isso nos permitirá fortalecer nosso programa de crescimento e desenvolvimento, dando-nos maior suporte para enfrentar este novo cenário global e evitar crises como as que tivemos em nossa história”, disse o chefe do Executivo.
O governo da Argentina também anunciou que chegou a um acordo com as grandes empresas do setor de energia que operam no país para congelar os preços dos combustíveis por dois meses. A intenção é amenizar as recentes variações do valor do dólar.
Sem risco para o Brasil
O ministro da Fazenda do Brasil, Eduardo Guardia, afirmou que não há risco de o País ser contagiado pela crise na Argentina. “Não há canal de contágio. Temos uma situação externa extremamente confortável”, assegurou.
Ele apontou que o Brasil tem déficit das contas externas pequeno e financiado por investimentos estrangeiros diretos, além de possuir reservas internacionais “extremamente elevadas”, de US$ 383 bilhões. “Não vejo nenhum impacto. É uma situação completamente diferente”, completou.
osul

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