Pelo segundo ano consecutivo as universidades brasileiras caíram na avaliação de um dos principais rankings universitários, que aponta as instituições mais prestigiadas dos países emergentes. O ranking feito pela revista britânica Times Higher Education (THE) é uma das principais referências em reputação acadêmica.
O ranking, que até a última edição incluía 300 universidades, passou a avaliar 350 instituições de 42 países. Com isso, apesar da queda de posições, a presença brasileira na lista aumentou de 25 para 32 instituições classificadas.
A Universidade de São Paulo (USP) continua com a melhor colocação entre as instituições brasileiras, mas também caiu no ranking, passando da 13ª para a 14ª posição – a mais baixa já registrada até hoje. Pela segunda vez consecutiva, a USP está fora da lista das 10 melhores.
Entre as 100 melhores do ranking, há quatro instituições brasileiras, além da USP. A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), caiu cinco posições no ranking, passando da 28ª para a 33ª.
A Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), caiu da 55ª para a 61ª posição. A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), caiu da 89ª para a 92ª posição. A Universidade Federal de Itajubá, que aparece pela primeira vez no ranking, está na 98ª posição.
Conforme o jornal O Estado de S.Paulo, das 10 universidades brasileiras que estão entre as 200 primeiras do ranking, só duas subiram de posição: a Universidade Federal do ABC (UFABC), que passou da 167ª para a 153ª e a Universidade Estadual Paulista (Unesp), que subiu da 169ª para a 162ª posição.
De acordo com o diretor editorial de Rankings Globais para a THE, Phil Baty, a principal razão para a queda das instituições brasileiras no ranking foi a turbulência econômica e política do País.
“Diante de suas crises internas, o Brasil fez bem em manter seu status de terceiro país mais representado, no que é um ranking excepcionalmente competitivo. No entanto, a contínua turbulência nacional só afetará ainda mais o desempenho e a atratividade de seu setor universitário”, disse Baty.
A piora, porém, não se limita ao Brasil e se aplica de forma generalizada às universidades do continente. Segundo Baty, todos os países latino-americanos aumentaram sua representação geral na tabela, mas a tendência é de declínio em toda a região desde a edição anterior do ranking.
“É decepcionante que, apesar de vermos instâncias de progresso, o quadro geral dos sistemas de ensino superior da América Latina está em declínio”, afirmou.
Segundo Baty, para melhorar sua situação nas próximas edições do ranking, os países latino-americanos precisam fazer mais para fortalecer as perspectivas internacionais de suas universidades.
“Isso melhora a reputação global e a influência de pesquisa, fundamental para a ascensão nesses importantes rankings, mas também inspira a competição saudável, a colaboração e as redes globais que impulsionam a qualidade e os padrões para todos”, declarou Baty.
Como nos anos anteriores, as universidades da China dominam o ranking, com a Índia em segundo lugar entre as nações mais representadas. Ao contrário da América Latina, a Rússia melhorou seu desempenho.
A melhor universidade dos países emergentes, segundo o ranking, é a Universidade de Pequim. Das 10 melhores da lista, sete são chinesas. Com 63 instituições representadas, o país asiático tem 52 universidades entre as 200 melhores, mais do que qualquer outro país.
A Rússia, que é o quinto país com mais universidades na tabela, teve 27 instituições classificadas. A Universidade Estatal Lomonosov de Moscou manteve a 3ª posição do ranking.
América Latina
Entre os países da América Latina, a instituição que obteve mais destaque foi a Universidade Diego Portales, do Chile, com uma ascensão meteórica: subiu 34 posições e entrou pela primeira vez entre as 100 melhores dos países emergentes, alcançando a na 89a posição na lista.
Segundo a THE, a universidade chilena conseguiu a façanha “graças a um aumento significativo na pontuação de citações”. A instituição chilena com a melhor colocação continua sendo Pontifícia Universidade Católica do Chile, que, no entanto, caiu oito posições, classificando-se como a 67a.
No México, as instituições com melhor classificação foram a Universidade Nacional Autônoma do México e o Instituto Monterrey de Tecnologia – ambas empatadas na 68a posição no ranking. Na Colômbia, a melhor classificação é a da Universidade dos Andes, que no entanto caiu 23 posicões, para a 91a.
A Argentina, incluída pela primeira vez no ranking, viu a Universidade Nacional de Córdoba se classificar na faixa de 301 a 350. O Peru também estreou na lista, com a Pontifícia Universidade Católica do Peru, que chegou à posição 195.
osul
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