O real é a quarta moeda do mundo que mais perdeu valor em relação ao dólar na parcial de maio até esta quarta-feira (9), mostrou um levantamento feito pelo economista da Autin Rating, Alex Agostini.
A moeda dos Estados Unidos acumula alta de 3,1% em relação ao real, após ter subido nesta quarta, cotada a R$ 3,59 para venda. Mais cedo, o dólar bateu R$ 3,60.
O levantamento feito com 122 moedas mostra que o real só desvalorizou menos que o peso argentino (-9,2), a lira turca (-5,3) e o peso mexicano (-3,8).
No acumulado de 2018, a moeda brasileira desvalorizou 8%, ficando na sétima colocação do ranking das moedas que mais recuaram em relação ao dólar.
No acumulado de 2018, a moeda brasileira desvalorizou 8%, ficando na sétima colocação do ranking das moedas que mais recuaram em relação ao dólar.
Alta do dólar
O dólar vem ganhando força em relação a várias moedas do mundo nos últimos dias, diante de tensões no cenário externo. Vários motivos pressionam a moeda.
Nesta terça-feira (8), o presidente norte-americano, Donald Trump, retirou os Estados Unidos do acordo nuclear com o Irã e anunciou sanções econômicas ao país. Isso alimentou temores de que a produção e exportação de petróleo iraniano sejam afetadas, o que elevaria os preços da commodity. Preços mais caros de petróleo impactam a inflação e podem levar o banco central dos Estados Unidos, o Federal Reserve, a subir mais os juros no país.
O mercado monitora pistas sobre o rumo dos juros nos Estados Unidos porque, com taxas mais altas, o país se tornaria mais atraente para investimentos aplicados atualmente em outros mercados, como o Brasil, motivando assim uma tendência de alta do dólar em relação ao real.
No Brasil, o dólar também se valorizou por expectativas de que o Banco Central brasileiro reduza a taxa básica de juros, a Selic (taxa básica de juros), na próxima semana para nova mínima histórica, a 6,25% ao ano.
Mudança de paradigma
Um dólar em alta deverá atingir os investimentos estrangeiros nos mercados emergentes neste ano, disse o Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês) nesta quarta, reduzindo sua previsão de entrada de capital para este ano em US$ 43 bilhões, para US$ 1,22 trilhão.
O grupo baseado em Washington que rastreia fluxos de capital em mercados emergentes, classificou a alta do dólar e os rendimentos mais altos dos títulos nos Estados Unidos de “mudança de paradigma” para os investidores.
Como resultado, as entradas de capital provavelmente se manterão nos níveis vistos no ano passado, reduzindo as previsões anteriores de fevereiro.
“As perspectivas de entrada de capital não residente nos mercados emergentes neste ano se deterioraram… O aumento dos rendimentos dos títulos dos EUA e um dólar mais forte levaram a uma ‘parada repentina’ nos fluxos de carteira desde meados de abril”, disse o IIF em um relatório.
Como parcela do Produto Interno Bruto, as entradas de capital cairão de 4,2% para 3,7% em 2017, acrescentou.
Desde meados de abril, o dólar se fortaleceu em torno de 5%, enquanto os rendimentos dos Treasuries de 10 anos subiram além da marca de 3% pela primeira vez em quatro anos. Isso está exercendo uma enorme pressão sobre os mercados emergentes, pressionando as moedas locais para baixo e aumentando os rendimentos dos títulos.
osul
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