sexta-feira, 11 de maio de 2018

Saiba por que é tão complicado conter a lava de um vulcão como o Kilauea, no Havaí


A erupção do vulcão Kilauea, no Havaí, rendeu imagens espetaculares nos últimos dias e, ao mesmo tempo, apocalípticas.
O vulcão está em atividade desde quinta-feira (3), e rios de lava têm avançado sem controle nas estradas e engolido casas e carros por onde passa. Cerca de 2 mil pessoas foram obrigadas a deixar a área e outras 10 mil aconselhadas a procurar abrigo.
As imagens aéreas permitem ver a cor laranja incandescente da lava e as colunas de fumaça do vulcão.
Organizações que atuam em casos de emergência têm adotado vários tipos de estratégias, nos últimos anos, na tentativa de impedir o avanço da lava.
As investidas incluem desde tentativas de resfriamento da lava com água até o uso de bombas em seu trajeto para enfraquecer o fluxo.
Mas até que ponto esses mecanismos têm funcionado?
Massa em movimento
Os vulcões do Havaí são cheios de particularidades e suas erupções ganharam até uma categoria própria entre as várias que os geólogos identificaram.
Elas são chamadas de “erupções havaianas” e caracterizadas não tanto por serem explosivas, mas por liberarem lava que corre pela cratera e por rachaduras nas encostas do vulcão.
A lava excede 1 mil graus de temperatura e pode se mover a uma velocidade que varia de 1 quilômetro por dia a 10 quilômetros por hora, segundo dados do Serviço Nacional de Geologia e Mineração do Chile.
Embora pareça líquida, ela se comporta como uma massa em movimento e uma das estratégias para retardar o avanço é a fragmentação.
Nas erupções do vulcão Mauna Loa, no Havaí, foram usadas bombas para subdividir o intenso fluxo em vários menos potentes. Com esse método, que também foi tentado na Sicília, na Itália, onde está o vulcão Etna, foi possível desviar o curso da lava, mas não pará-lo.
Resfriamento
Foi tentado ainda resfriar a lava com água, mas esse método também tem limitações. “Tentar esfriar a lava funciona se os fluxos forem pequenos. Se não, a água evapora imediatamente”, explica a geóloga Martha Calvache, diretora de geo ameaças do Serviço Geológico da Colômbia.
De acordo com ela, mesmo que se consiga resfriar a crosta, em seu interior se formam os chamados “túneis de lava” onde o fluxo pode permanecer quente por meses.
No caso do Etna, outra estratégia foi construir barreiras, cavar trincheiras que prendam a lava e instalar blocos de concreto.
Contudo, embora possam funcionar até certo ponto, esses mecanismos têm a implementação cara e demorada demais para serem considerados a melhor opção.
“Diante de fenômenos da natureza tão imponentes como esses, as ações do homem são pequenas”, diz Martha, advertindo que, por enquanto, o mais importante ainda é ter planos de contingência e evacuação para o caso de uma erupção.

osul

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