Os analistas do mercado financeiro aumentaram pela quinta semana seguida a sua estimativa de inflação para 2017, informou nesta segunda-feira (21) o BC (Banco Central) por meio do Boletim Focus.
De acordo com o levantamento, a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) neste ano deve ficar em 3,51%. No relatório anterior, os economistas estimavam que a inflação ficaria em 3,50%. A mudança na previsão de inflação para 2017 teve início depois que o governo elevou a tributação de PIS/Cofins sobre combustíveis para tentar aumentar a arrecadação e alcançar a meta fiscal de 2017.
Embora os especialistas tenham ficado um pouco mais pessimistas, a nova previsão mantém a inflação abaixo da meta central para o ano, que é de 4,5%. A meta de inflação é fixada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) e deve ser perseguida pelo Banco Central, que, para alcançá-la, eleva ou reduz a Selic (taxa básica de juros da economia).
A meta central de inflação não é atingida no Brasil desde 2009. Na época, o País ainda sentia os efeitos da crise financeira internacional de forma mais intensa. Para 2018, a previsão do mercado financeiro para a inflação ficou estável em 4,20%. O índice segue abaixo da meta central (que também é de 4,5%) e do teto de 6% fixado para o período.
PIB e juros
Para o PIB (Produto Interno Bruto) de 2017, o mercado financeiro manteve a sua estimativa de crescimento em 0,34%. Para 2018, os economistas das instituições financeiras mantiveram a estimativa de expansão da economia em 2%.
O mercado financeiro também manteve a sua previsão para a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 7,5% ao ano para o fechamento de 2017. Atualmente, a taxa está em 9,25% ao ano. Ou seja, os analistas estimaram uma continuidade da redução dos juros neste ano.
Para o fechamento de 2018, a estimativa dos economistas dos bancos para a taxa Selic ficou estável em 7,5% ao ano. Com isso, previram que os juros ficarão estáveis no ano que vem.
Câmbio, balança e investimentos
Na edição desta semana do Boletim Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2017 caiu de R$ 3,25 para R$ 3,23. Para o fechamento de 2018, a previsão dos economistas para a moeda norte-americana recuou de R$ 3,40 para R$ 3,39.
A projeção do Boletim Focus para o resultado da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2017 subiu de US$ 61 bilhões para US$ 61,9 bilhões de resultado positivo. Para o próximo ano, a estimativa dos especialistas do mercado para o superávit recuou de US$ 48,5 bilhões para US$ 48 bilhões.
A previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil, em 2017, permaneceu em US$ 75 bilhões. Para 2018, a estimativa dos analistas caiu de US$ 76,75 bilhões para US$ 75 bilhões. (AG)
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