O advogado Rodrigo Tacla Durán, que atuou por anos para a Odebrecht, acusa a empreiteira baiana de ter apresentado à Lava Jato extratos falsificados de um banco que ela comprou em Antígua, no Caribe, como provas de repasses de propinas. A acusação integra peça que ele enviou a Cingapura, para esclarecer operações financeiras que travou com a empresa naquele país. O MPF pediu a prisão de Durán, mas a Espanha, onde ele está em liberdade provisória, não quis extraditá-lo.
Durán fez uma série de apontamentos nos extratos do Meinl Bank em Antígua, filial do banco austríaco comprada pela Odebrecht no Caribe. Ele afirma, por exemplo, que os documentos não poderiam ter sido emitidos nas datas em que a empresa alega porque as contas estavam bloqueadas.
O advogado diz ainda que a Odebrecht manipulou manualmente trechos dos extratos e aponta divergências na redação de operações como indício de que os registros não foram gerados automaticamente pelo sistema do banco. As peças atacadas pelo advogado estão no Supremo e são citadas em ao menos dois inquéritos abertos a partir da delação premiada firmada pela empreiteira.
Durán é acusado pela Lava Jato de ter lavado mais de R$ 50 milhões para a Odebrecht. Ele nega. Em recente entrevista ao “El País”, disse que atuou como advogado da empreiteira e a acusou de ter omitido informações à Justiça.
A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara aprovou nesta quarta (9) requerimento em que convida Tacla Durán a falar ao colegiado o que sabe a respeito da empreiteira.
Procurada, a Odebrecht afirmou que “está colaborando com as autoridades no esclarecimento de todos os fatos por ela revelados. E reafirma o seu compromisso com a verdade e com o combate à corrupção”. “Os dados entregues na colaboração foram identificados com apoio de empresas especializadas e serviram de base para acordos já homologados pelas autoridades de diversos países, incluindo o STF e a Justiça Federal do Paraná”, ressaltou a empresa no texto.
Leia a íntegra da nota da Odebrecht:
A Odebrecht está colaborando com as autoridades no esclarecimento de todos os fatos por ela revelados. E reafirma o seu compromisso com a verdade, com o combate à corrupção e com uma atuação ética, íntegra e transparente, no Brasil e em todos os países em que atua.
Os dados de corroboração entregues na colaboração foram identificados com apoio de empresas especializadas e serviram de base para acordos já homologados pelas autoridades de diversos países, incluindo o STF e a Justiça Federal do Paraná.
Mais delações
Pessoas próximas ao operador Lúcio Funaro esperam que a PGR feche a delação dele até a próxima semana. O presidente Michel Temer é citado.
Tucanos
Aliados do governador Geraldo Alckmin estão tão irritados com João Doria que começaram a criar teorias da conspiração. Espalham que o próprio prefeito de SP teria arquitetado a ovada que recebeu em Salvador.
Doria tem dito que não fará movimento hostil, mas vai seguir com a agenda de viagens. Confirmou presença no Círio de Nazaré, a maior procissão do país, em outubro.
Tucanos ironizaram a inserção do PSDB produzida pela equipe de Tasso Jereissati. Dizem que ela erra não só por atribuir ao partido, que sequer existia, o apoio às “Diretas”, mas porque, nos registros históricos, é o slogan do PMDB o que mais aparece.
Presidente interino da sigla, Tasso foi entusiasta do movimento que pregou a saída do PSDB do governo Michel Temer. (Folhapress)
osul
Nenhum comentário:
Postar um comentário