A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (04) o quarto aumento consecutivo no valor da gasolina sob o argumento de que os preços internacionais subiram com os impactos do furacão Harvey nos Estados Unidos.
Desta vez, a alta é de 3,3% e entra em vigor a partir da 0h desta terça-feira (05). Considerando os reajustes anteriores, a gasolina vendida pelas refinarias da Petrobras ficará 11% mais cara do que no fim de agosto, quando começou esse ciclo de aumentos. O preço do diesel subirá 0,1%, informou a estatal. É o sexto aumento seguido, com alta acumulada de 8,9%.
Pela primeira vez desde que a política de preços foi revista, em junho, o reajuste teve de ser decidido pelos executivos que formam o Gemp (Grupo Executivo de Mercado e Preços): o presidente da empresa, Pedro Parente, e os diretores financeiro e de refino e gás, Ivan Monteiro e Jorge Celestino.
A política dá autonomia à área técnica para decidir por reajustes, desde que a variação acumulada em um mês não passe de 7% para cima ou para baixo. “Na última semana, em face dos impactos do furacão Harvey na operação das refinarias, oleodutos e terminais de petróleo e derivados no Golfo do México, os mercados de derivados sofreram variações intensas de preços”, afirmou a Petrobras em um comunicado.
Desvios
A análise de provas da Operação-Lava Jato tem feito o TCU (Tribunal de Contas da União) rever a apuração de prejuízos em obras da Petrobras. A Corte refez os cálculos de superfaturamento, com base em documentos obtidos em quebras de sigilo de empreiteiras investigadas, e já descobriu desvios até 70% maiores do que os constatados em auditorias antigas.
A reavaliação foi feita em três contratos da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e um do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro). As perdas ao erário até agora apontadas nesses casos, em valores atualizados, somam 3,7 bilhões de reais.
O TCU recebeu da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, que tem como titular o juiz Sérgio Moro, notas fiscais emitidas por fornecedores de materiais usados pelas empreiteiras nas obras da Petrobras. Os documentos mostraram o custo real de equipamentos específicos da indústria de petróleo, os chamados “itens tagueados”, que antes não constavam nos sistemas oficiais de pesquisa de preços consultados pelo tribunal. Ao comparar os valores praticados no mercado com os previstos nos contratos, revelou-se um rombo maior.
O TCU está refazendo as contas de pelo menos mais nove contratos da Abreu e Lima, da refinaria Presidente Getúlio Vargas, no Paraná, e também da Usina de Angra 3, gerida pela Eletronuclear. O entendimento dos ministros é de que, se o dano ao erário apurado superar o que já foi devolvido pelas empreiteiras em acordos de leniência firmados com o Ministério Público Federal ou o governo, cabe cobrá-lo integralmente.
OSUL
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