Na decisão da Justiça Federal que culminou em apreensão de dinheiro no
consta que o Núcleo de Inteligências da Polícia Federal teria recebido uma informação
por telefone apontando que, no último semestre, uma unidade do segundo andar de
um edifício no bairro da Graça, em Salvador, estaria sendo utilizada pelo ex-ministro
para guardar caixas com documentos. Geddel, que é ex-ministro dos governos Lula
e Temer, e cumpre prisão domiciliar na Bahia.
A partir daí, foram realizados contatos com moradores do prédio, que fica na Rua
Barão de Loreto, área nobre da capital baiana, a fim de confirmar os indícios.
Nessas conversas, a polícia atestou que uma pessoa teria feito uso do imóvel
para guardar “pertences do pai”, o que segundo as apurações, "provavelmete"
se tratava de Geddel Vieira Lima, cujo pai faleceu em 10 de janeiro de 2016.
Conforme a PF, a Operação Tesouro Perdido deflagrada nesta terça tinha objetivo
de cumprir o mandado de busca e apreensão emitido pela Justiça, e após
investigações decorrentes de dados coletados nas últimas fases da Operação
Cui Bono, a PF chegou ao endereço em Salvador, que seria, supostamente,
utilizado por Geddel Vieira Lima como “bunker” para armazenagem de dinheiro
em espécie.
Segundo a polícia, os valores apreendidos serão transportados a um banco
onde será contabilizado e depositado em conta judicial.
A polícia localizou o montante na residência durante busca e apreensão autorizada
pela 10ª Vara Federal de Brasília. Conforme a Justiça Federal, a ação faz parte de
apurações relacionadas à prática de corrupção, quadrilha e lavagem de dinheiro
envolvendo a Caixa Econômica Federal.
Durante as investigações, surgiu a suspeita de que Geddel estaria escondendo
provas de atos ilícitos no apartamento no bairro da Graça, imóvel que teria sido
emprestado a ele pelo proprietário para que o ex-ministro guardasse pertences
de seu pai, já falecido.
Na decisão da Justiça que autorizou o procedimento de busca e apreensão,
documento datado de 30 de agosto, consta que: "há fundadas razões de que no
supracitado imóvel existam elementos probatórios da prática dos crimes relacionados
na manipulação de créditos e recursos realizadas na Caixa Econômica Federal".
Um morador do edifício disse que viu quando os policiais federais chegaram
entre 6h e 7h desta terça-feira. Eles se dirigiram para cumprir a decisão no
egundo andar do prédio.
O G1 entrou em contato com a defesa de Geddel Vieira Lima às 11h55. Por meio
da assessoria, a informação é de que o advogado que representa o ex-ministro
não podia falar com a reportagem no momento por estar participando de uma
audiência em Brasília.
G1
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