O procurador da República Sidney Pessoa Madruga deixou nesta sexta (22) o cargo de coordenador do Genafe (Grupo Executivo Nacional da Função Eleitoral). Em nota, a PGR (Procuradoria-Geral da República) diz que ele pediu exoneração à procuradora-geral, Raquel Dodge. Segundo a Procuradoria, o pedido foi feito por ele a Dodge “após divulgação de reportagem da Folha de S.Paulo, com a finalidade de evitar ilações impróprias e indevidas”. Ele havia sido nomeado terça-feira (19) para o cargo. É a primeira baixa na equipe de Dodge, que tomou posse na última segunda (18).
Em conversa presenciada pela reportagem da publicação, Madruga afirmou que a “tendência” do órgão é investigar Eduardo Pelella, ex-chefe de gabinete de Rodrigo Janot. A reportagem flagrou um diálogo entre ele e uma mulher por mais de uma hora na quinta-feira (21) no restaurante Taypá, no Lago Sul, em Brasília. A reportagem estava na mesa ao lado da de Madruga.
No almoço, Madruga se referia à atuação de Pelella, braço direito de Janot na Procuradoria, na negociação da delação da JBS. Dodge e Janot são adversários.
Procurador da República, Pelella é mencionado em diálogos de delatores da JBS como um interlocutor da PGR. Ele teve reunião com um deles, o advogado Francisco Assis e Silva, dias antes do encontro, em 7 de março, entre Joesley Batista e o presidente Michel Temer no Jaburu. Janot e seu ex-assessor negam qualquer irregularidade. “Não é para punir, é pra esclarecer”, disse Madruga. O procurador afirmou que é preciso entender “qual é o papel do Pelella nessa história toda, porque está todo mundo perguntando”.
A reportagem ouviu Madruga afirmar que a nova gestão da PGR precisa construir outra relação com a força-tarefa dos procuradores da Lava-Jato em Curitiba, com mais interlocução e controle do que a anterior. Ele chegou a criticar Janot por, em sua avaliação, deixar a força-tarefa muito solta.
Na conversa, Madruga questionou o papel de Pelella, que na função de chefe de gabinete, teria trabalhado intensamente nas investigações e acordos da Lava-Jato. A frase foi dita no momento em que os dois presentes à mesa abordavam a atuação do ex-procurador Marcello Miller no caso da JBS.
osul
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