terça-feira, 31 de outubro de 2017

O ministro de Energia admitiu que a conta de luz dos brasileiros poderá ficar ainda mais cara


O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, admitiu nesta segunda-feira (30) que as contas de luz poderão ficar ainda mais caras no País. Questionado se o CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) poderá vir a despachar fora da ordem de mérito, ou seja, acionar as usinas elétricas sem considerar o menor valor cobrado, ele admitiu que é uma possibilidade.
“Está sendo cogitado, decidido não”, declarou o ministro sobre a possibilidade do governo passar a autorizar a produção de energia mais cara, cujo custo será, invariavelmente, repassado ao consumidor.
“Não há um risco mais severo de desabastecimento, porém vai ter um impacto como já vem tendo na tarifa para o consumidor”, afirmou.
O mudança está em discussão para preservar os reservatórios das hidrelétricas, que estão em baixa diante da falta de chuvas.
Coelho Filho disse que há expectativa de que a chegada de chuva reverta esta tendência. Porém, admitiu que as projeções indicam que o período chuvoso não será suficiente.
Hoje as termelétricas são ligadas dentro da chamada ordem de mérito, ou seja, são ligadas apenas as termelétricas que estão dentro de um limite de preço.
O fim dessa ordem liberaria o acionamento de qualquer termelétrica, o que poderia aumentar a participação da energia gerada pelas térmicas no total. A energia termelétrica custa mais caro que a produzida nas hidrelétricas.
O brasileiro já vem pagando mais caro pela conta de luz. A taxa extra cobrada quando a bandeira tarifária está vermelha aumentou de R$ 3,50 para R$ 5,00 na última terça-feira. A conta de novembro já terá essa tarifa extra.
Eletrobras
O ministro esteve no Rio para participar de um almoço com empresários do setor elétrico que participam do seminário sobre Matriz e Segurança Energética Brasileira promovido pela Fundação Getúlio Vargas. Ele atendeu a imprensa antes do encontro com os executivos.
Na ocasião, Coelho Filho disse que pretende enviar ainda nesta semana a proposta de modelagem da privatização da Eletrobras à Casa Civil, que ficará responsável por definí-la.
Para fechar a proposta, o MME depende da análise do presidente Michel Temer. Segundo o ministro, o problema de saúde que afastou o presidente temporariamente do trabalho adiou a análise do parecer. Todavia, a expectativa é de que isso aconteça ainda na quarta-feira, véspera do feriado.
“Ficará à cargo da Casa Civil definir se a modelagem será por meio de um projeto de lei com caráter de urgência urgentíssima ou se por meio de uma medida provisória”, disse.
Energia eólica
O Brasil subiu mais uma posição e assumiu o sétimo lugar entre os países com maior geração de energia eólica no mundo, ultrapassando o Canadá, que caiu para a oitava posição. Em termos de expansão de potência, o País mantém o quinto lugar, com 2,5 GW em 2016.  Os dados são do “Boletim de Energia Eólica Brasil e Mundo – Base 2016” produzido pelo Ministério e Minas e Energia.
A situação favorável da fonte eólica brasileira também é destaque no fator de capacidade (FC). De 2000 para 2016 o Brasil passou de um FC médio de 20% para 41,6%.  No mundo, esses indicadores foram de 22% e 24,7%, respectivamente. Observa-se que de um FC abaixo do mundial em 2000, o Brasil evoluiu para um indicador 68% superior.
Dentre os estados brasileiros, o Rio Grande do Norte apresentou a maior proporção na geração eólica em 2016, com 34,7%, seguido do Ceará com 18,8%. No fator de capacidade, o Piauí teve o maior indicador (48,4%).
Para  2026, a previsão do Plano Decenal de Energia é que a capacidade instalada eólica brasileira chegue a 25,8 GW (inclusive geração distribuída), respondendo por 12,5% do total. A Região Nordeste (NE) deverá ficar com 90% da capacidade eólica total.
Considerando a geração  total de cada País, a Dinamarca apresenta a maior participação de geração eólica, de 42,5%, seguida de Portugal (22,1%), e Espanha (18%).
Os dados são do boletim “Energia Eólica no Brasil e Mundo” elaborado pela Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, que também aborda fatos e dados históricos a fim de compreender desde a origem do vento até os equipamentos utilizados para geração da energia eólica. Além da logística dos fabricantes, licenciamento ambiental, qualificação de mão-de-obra e inclusão social nos parques.
osul

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