A forma como vivemos a vida, onde passamos a maior parte de nossa juventude e o período mais lindo de nossa fase adulta, maçante nas fobias das metas e dos resultados, na construção de fortunas. A fortuna, quando flagela o homem, corta-lhe todas as bases de cuidado com a própria vida. Por isso para muitos acontece o seguinte: Até os cinquenta anos, acabou com a vida para ganhar dinheiro; agora depois dos cinquenta anos, está gastando o dinheiro para ganhar a vida de volta.
Este estado de sofrimento só vai acontecer pelas fobias desenfreadas do ter, esquecem de se cuidar e aproveitar viver enquanto ainda tem vida, gastam parte de suas energias da juventude para acumular dinheiro; porém muitos obcecados pelo acúmulo, acabam gastando grande parte do dinheiro acumulado, para retornar a saúde perdida.
Parece-me fora de cogitação que alguém faça isso em alguma época, antes dos cinquenta anos. Trabalhar em completa harmonia com o corpo e a alma e obter os resultados financeiros preocupando-se com a saúde física e mental. Estou convencido de que o ser humano não muda no amor, só muda na dor, precisa sentir na própria pele a necessidade de mudança, razões pelas quais o corpo padece quando a alma dá o sinal de que não aguenta mais.
Poucos recorrem a uma igreja quando estão bem financeiramente e têm saúde, porém, basta um sinal de crise que o templo passa a ser visita obrigatória. Muitos morrem sem ter, de fato, vivido e isso significa, em última análise, não ter se organizado para tal.
Se fossemos fazer uma reflexão e retornar alguns anos em nossa vida, quanta coisa mudaria ou faria diferente. Uma das bases mais sólidas do equilíbrio no ser humano é ser amado, e quem, de fato, ama e se cuida com harmonia, poderá também ganhar dinheiro sem ter que gastá-lo para repor a saúde. Esta é uma noção importante porque mostra o tremendo malefício que as tensões internas do dia a dia – basicamente o sofrimento do desprazer no trabalho – podem causar à saúde e à vida. E por outro lado, o grande benefício do prazer, incluindo-se aí, principalmente, as relações de amor pelo trabalho e a convivência na família após o trabalho.
A mente governa o nosso corpo, embora as pessoas não prestem atenção a isso, quando um desequilíbrio complica a vida, e é justamente a luta encarniçada que trava até os cinqüenta anos, para ter sucesso e dinheiro, esquecendo-se de ganhar junto a vida futura.
Com isso, não quero ser mal entendido. Dá para ganhar dinheiro e vida juntos, basta organização e planejamento. Lembre-se que os anos passam e depois pode ser tarde para retornar a flecha lançada.
Até a próxima.
Por Jaime Folle/oestemais
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