Três anos após a revelação do esquema bilionário de desvios de recursos da Petrobras, com pagamentos de propinas a políticos e a funcionários da estatal, a Operação Lava-Jato reuniu indícios documentais e informações prestadas por delatores que apontam para a continuidade de práticas de corrupção em áreas da companhia, ainda que em proporção menor.
Investigadores dizem ter comprovado desvios em contratos da petrolífera e pagamentos de propinas viabilizados até pelo menos junho de 2016, já durante o governo Michel Temer e com a nova administração da Petrobras, empossada em 31 de maio do ano passado.
O jornal Valor Econômico apurou que a Lava-Jato detectou suspeitas de envolvimento de atuais funcionários da Petrobras em supostos ilícitos relacionados a contratos em vigor. A investigação ocorre em caráter sigiloso, e se ampara em vasta quantidade de documentos, quebras de sigilos, movimentações bancárias no exterior informadas por autoridades internacionais, e ainda evidências entregues por ex-funcionários da estatal que aderiram ao acordo de delação premiada.
“Fica claro que há muito trabalho ainda a ser feito [pela Lava-Jato] na própria Petrobras. Nada garante que tenhamos hoje uma empresa totalmente limpa da corrupção”, afirmou o procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima, durante entrevista coletiva realizada em Curitiba (PR) sobre a deflagração da Operação Asfixia, 40ª fase da Lava-Jato que levou à prisão dois ex-gerentes da petrolífera suspeitos de enriquecer ilicitamente com desvios superiores a 100 milhões de reais.
“Certamente ainda vamos descobrir muitas pessoas na ativa [na Petrobras] que tiveram participação em fatos criminosos”, disse Santos Lima. Entre setores da Petrobras que continuam sob investigação, estão as áreas de publicidade e de comunicação da companhia.
osul
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