A comissão especial da Câmara rejeitou
colocar a reforma da Previdência em consulta popular. A ideia de um
referendo havia sido apresentada pelo PSOL. Esta foi uma das sugestões de
mudança votadas pelos deputados nesta terça-feira(9), em uma sessão que durou
mais de nove horas. De dez propostas analisadas hoje, apenas uma foi aceita. O
resultado já era previsto, porque foi definido em acordo entre os líderes da
bancada governista, que são maioria na comissão. Com isso, a comissão
encerrou a análise da reforma. Agora, o texto da PEC (Proposta de Emenda à
Constituição) 287/2016, que muda regras da Previdência, segue para o plenário
da Câmara. Lá precisa ser aprovado em dois turnos, com pelo menos 308 votos a
favor (3/5 dos deputados) em cada votação. O texto principal já havia sido
aprovado pela comissão na semana passada, mas a votação das mudanças (chamadas
de destaques) foi adiada porque agentes
penitenciários invadiram a sala da comissão, e a sessão acabou sendo
suspensa. Os agentes queriam que a categoria tivesse direito a
aposentadoria especial. Nesta terça-feira, foi proibida a entrada de pessoas
sem credenciais na Câmara, para evitar manifestações. Os deputados de oposição
reclamaram da medida e da presença de policiais armados no local. Mesmo assim,
agentes penitenciários tentaram invadir a Câmara.
Mudanças no texto
A única alteração no texto da reforma,
aceita em votação simbólica, manteve a competência compartilhada entre a
Justiça federal e estadual para julgar ações contra o INSS sobre acidentesobre
acidentes de trabalho. De início, o governo queria concentrar os julgamentos na
Justiça federal para ter maior controle sobre os procedimentos, buscando
uniformizá-los. Mas em acordo para a votação da reforma na comissão, a base aliada aceitou o destaque proposto por
PTB, PROS, PSL e PRP. As demais mudanças foram rejeitadas. Pontos centrais da
reforma, como a exigência de 25 anos de contribuição para poder se aposentar e
a fórmula de cálculo do benefício, foram
mantidos.
As mudanças rejeitadas propunham que:
aposentadoria rural se mantivesse nos
moldes atuais (proposta por PSB)
fosse possível conceder novas isenções e
reduções de contribuições à Previdência (proposta por PHS)
retirasse o tempo de contribuição mínimo de
25 anos para aposentadoria --atualmente são 15 anos (proposta por PCdoB)
eliminasse as novas regras de cálculo das
aposentadorias (proposta por PT)
eliminasse as mudanças no cálculo da pensão
por morte, que prevê no mínimo 50% da aposentadoria do cônjuge mais 10% por
dependente (proposta por PT)
eliminasse as mudanças nos benefícios
assistenciais (BPC), como elevação da idade mínima de 65 para 68 anos (proposta
por PT)
retirasse a necessidade de idade mínima (65
para homens e 62 para mulheres) para que os servidores que entraram no serviço
público antes de 2003, tenham integralidade dos benefícios (proposta por PSB)
suprimisse as idades mínimas para os
servidores mais antigos (proposta por PDT)
submetesse a reforma a um referendo
popular (proposta por PSOL.
uol
Nenhum comentário:
Postar um comentário