terça-feira, 8 de agosto de 2017

COLISÕES EM POSTES: Quem paga a conta?


No último final de semana, um acidente com colisão em poste trouxe grandes prejuízos a empresas e moradores das proximidades da Rua Willy Barth, em São Miguel do Oeste. Alguns serviços só foram reestabelecidos mais de 30 horas após o registro do acidente. Estas ocorrências têm sido registradas com frequência na via que ainda não recebeu os equipamentos de controle de velocidade, prometidos pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Para entender quem paga a conta das trocas de postes e reestabelecimento dos serviços, a reportagem conversou com o representante da Celesc, Silas De Bona e da Mkanet, empresa de fornecimento de internet, Magnos Franzen de Souza. 
De acordo com Silas De Bona, essa foi a terceira vez no ano que o mesmo poste foi destruído em colisões. O transtorno e prejuízo são tantos que a companhia já estuda retirar a rede de alta tensão do poste. “Pensamos em retirar a rede daquele poste, porque é a terceira vez esse ano que acontece isso. Neste mês, por incrível que pareça, foram duas vezes. Estamos pensando em retirar esse poste, com isso, temos modificações a fazer na rede de alta tensão, porque justamente neste local a rede de alta tensão é um alimentador que fornece energia ao centro e proximidades da rodoviária. Quando há um sinistro, a gente transfere a rede para outros locais”, explica. 
De acordo com dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), posto de Guaraciaba, apenas neste ano foram registrados 54 acidentes no trecho que compreende os quilômetros 65 a 71, na Willy Barth. Para o representante da Celesc, o agente causador é a alta velocidade somada à bebida alcoólica. Nessa equação, o resultado poderia ser fatal já que pelo local a rede energizada é de 24 mil volts.
“Final de semana as nossas equipes tem que ficar de sobreaviso, envolve bastante pessoas e o perigo de muitas vezes a rede de alta tensão ficar energizada e aí poderia ser um dano muito maior. O equipamento tem uma resposta de 0,3 segundos para cortar a energia, mas dependendo, a batida pode ocasionar que o poste não caia inteiro, podendo cair ligado, isso o equipamento não vê”, justifica. 
No final de semana, o trabalho da Celesc foi intenso para restabelecer a energia elétrica. Para isso a companhia precisou movimentar uma equipe empreiteira, além de pelo menos 10 pessoas da Celesc, incluindo técnicos. “Temos que movimentar uma equipe de empreiteiras que ficam de sobreaviso. Antes disso vem uma equipe de plantão, um técnico que vai definir qual o tipo de conserto e equipamento a ser substituído. Acaba envolvendo 10 pessoas da Celesc. À noite, o cuidado tem que ser redobrado porque a energia elétrica é um produto perigoso”, comenta.
Se colocado na ponta do lápis, de acordo com De Bona, a estimativa é de o prejuízo possa chegar a R$ 7 mil. Quando o envolve os transformadores, a conta pode quase que dobrar. Quem paga a conta é a pessoa envolvida no acidente. “A Celesc procura ser ressarcida dos danos. Se não for por via amigável, acionamos o setor jurídico. A cobrança não é imediata porque primeiro temos os danos materiais e o conserto. Nós recebemos reclamações. Muitas vezes, as pessoas têm danos nas suas casas recorrentes dos sinistros. Depois de vir todas as reclamações, somamos os danos do equipamento, mais as indenizações, aí enviamos a conta ao causador”, explica. 
E ao contrário do que a gente imagina, a área rural também representa um número grande de atendimentos à Celesc. Silas De Bona explica que os atendimentos geralmente envolvem queda de árvores sobre a rede de energia elétrica. “Na área rural isso acontece muito também. Na nossa região, existe uma ‘briga’ da Celesc com o eucalipto. Muitos agricultores derrubam essas árvores e acaba caindo encima da rede elétrica. O causador geralmente não avisa a Celesc, ele some, porque não quer ter prejuízo. Num sinistro desses, até encontrar o local onde aconteceu, leva até três horas. Até mobilizar a equipe, pode levar até seis horas. Isso acaba prejudicando toda a comunidade. O meu produto é a energia elétrica e a falta de energia causa muitos problemas”, conta.
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