quarta-feira, 9 de agosto de 2017

O presidente do BNDES critica o aumento dos impostos e diz que o Brasil é “incompetente” para fazer as reformas


O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Paulo Rabello de Castro, criticou nesta quarta-feira (09) o aumento de impostos como saída para o ajuste fiscal e a “incompetência” brasileira para aprovar reformas e reduzir despesas públicas.
A crítica foi feita um dia depois de o presidente Michel Temer admitir estudos para elevar as alíquotas do Imposto de Renda e recuar após a repercussão negativa. No mês passado, o governo ampliou impostos sobre os combustíveis para tentar evitar o descumprimento da meta fiscal.
“Tempo esgotado para a nossa incompetência de fazer reforma tributária, de fazer reforma da Previdência, mal e mal uma reforma trabalhista. Para nossa incompetência de fazer o custo da máquina caber dentro do PIB e colocar no bolso do brasileiro a conta do ajuste”, afirmou Rabello.
Ele discursou na abertura do 16º Encontro Nacional de Comércio Exterior, no Rio de Janeiro. “É preciso fazer redução da despesa”, reforçou o presidente do BNDES, que chamou o sistema tributário brasileiro de “manicômio”. Rabello voltou a defender a atuação do banco e a busca de solução para as empresas envolvidas na Lava-Jato. “O Brasil não pode esperar que a toga resolva a questão judicial enquanto fenece [desaparece] o sistema produtivo”, disse.
“Temos que refletir antes de comemorarmos a vitória de termos um pujante setor exportador superavitário, mas que foi em decorrência da maior recessão brasileira. Se não fosse o agronegócio, já poderíamos ter fechado e atirado a chave no Oceano Atlântico. Temos pouco a comemorar e muito a refletir sobre o morticídio brasileiro, e a principal vítima é a indústria brasileira, de produção e de serviços. E essa com a dupla morte causada pela confluência dos malfeitos laváticos, que joga o bebê fora junto com a água do banco. Empresas sem cadastro, sem emprego, expulsas de alguns países”, afirmou durante o evento.
O presidente do BNDES afirmou que o Brasil já saiu da recessão. Rabello de Castro também rebateu as críticas ao banco: “Não vamos baixar a cabeça diante de espúrias acusações sem sentido. Aos 65 anos, vamos reciclar nossa vida, nós precisamos nos renovar, assumir o que não fazemos certo, fazer o conserto que deve começar na máquina pública brasileira”.
Banco Central
O BNDES informou que foi convidado na terça-feira (08), pelo BC (Banco Central), para atuar como dealer do Departamento de Operações do Mercado Aberto. “O BNDES aceitou o convite, e o início das operações como Dealer acontecerá nessa quinta-feira, 10 de agosto, conforme já informado no site do BC”, revelou o banco de fomento em nota à imprensa.
O BNDES destaca que é a primeira vez que atuará como dealer do BC, status que é concedido pela autoridade monetária a cada seis meses a apenas dez bancos e duas corretoras. Segundo o banco, a função de dealer consiste em intermediar as transações de mercado do Banco Central com títulos públicos em operações compromissadas, que permitem ao BC a regulação diária da oferta monetária e da taxa de juros.
 osul

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