A força-tarefa da Operação Lava-Jato na PF (Polícia Federal) do Paraná foi oficialmente desmembrada pelo órgão. A Superintendência Regional da PF no Estado divulgou uma nota na tarde desta quinta-feira (6), informando que os delegados que se dedicavam exclusivamente aos trabalhos da Lava-Jato e da Operação Carne Fraca passam agora a atuar também em outros casos na Delecor (Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio de Verbas Públicas).
A Polícia Federal garante que a medida, no entanto, não vai acabar com as investigações da Lava-Jato. “A medida visa priorizar ainda mais as investigações de maior potencial de dano ao erário, uma vez que permite o aumento do efetivo especializado no combate à corrupção e lavagem de dinheiro e facilita o intercâmbio de informações”, informa a nota.
Para suprir a demanda, a Superintendência informou que foi firmado um apoio de policiais do Espírito Santo para os trabalhos, incluindo dois ex-integrantes da força-tarefa da Lava-Jato. A equipe chegou a ser composta por nove delegados e, atualmente, estava com quatro profissionais dedicados exclusivamente à operação. “O atual efetivo na Superintendência Regional no Paraná está adequado à demanda e será reforçado em caso de necessidade”, destaca a Polícia Federal.
“A Polícia Federal reafirma o compromisso público de combate à corrupção, disponibilizando toda a estrutura e logística possível para o bom desenvolvimento dos trabalhos e esclarecimento dos crimes investigados”, afirma no texto.
Segundo o portal de notícias UOL apurou com fontes ligadas à investigação, a PF já estava “praticamente parada” na operação na Operação Lava-Jato. “Eles não conseguem dar andamento a qualquer apuração nova”, disse um integrante da equipe que não quis se identificar. De acordo com outra fonte da PF consultada pela reportagem, a reestruturação em si não é negativa, já que há “muitas interconexões entre diversas investigações”. O maior problema, entretanto, segundo essa fonte, é a quantidade escassa de agentes diante da “quantidade monstruosa” de material a ser analisado.
Críticas
Na noite de quarta-feira (5), o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa da Lava-Jato no MPF (Ministério Público Federal), comentou sobre o “fim” da equipe na PF. “A força-tarefa da Polícia Federal na Operação Lava-Jato deixou de existir. Não há verbas para trazer delegados”, disse o procurador.
Além disso, o investigador criticou o presidente Michel Temer (PMDB), apontando corte de verbas no órgão. “Mas para salvar o seu mandato, Temer libera verbas à vontade”, completou, ao compartilhar a publicação de uma notícia sobre a liberação de verbas parlamentares em meio à crise política. (AE/UOL)
osul
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