O novo modelo de gestão do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o Samu, deverá ser integrado com o Corpo de Bombeiros. Como anunciado pelo governo do estado nesta terça-feira, dia 4, o novo modelo deve entrar em operação em dezembro.
Diferenças
Atualmente, Samu e Corpo de Bombeiros atuam separados, cada um com a sua estrutura. A ligação do paciente é encaminhada para uma central diferente, dependendo do número discado.
Quando a pessoa disca 192, a ligação vai para a central do Samu. Se ligar 193, para a dos bombeiros. A ideia com o novo projeto é que todas as ligações no futuro sejam encaminhadas para uma única central.
O governo já deu o primeiro passo para essa unificação. No diário oficial da última quarta, dia 28, nomeou o tenente-coronel João Batista Cordeiro Júnior, do Corpo de Bombeiros, para ser o novo gerente do Samu.
A mudança só deve ocorrer a partir de dezembro, porque é quando termina o contrato entre o estado e a SPDM, a empresa terceirizada que atualmente administra o Samu.
Questionamentos
O Sindicato dos Médicos de Santa Catarina demonstrou preocupação. Eles questionam como ficará a qualidade do serviço. Atualmente no Samu, são médicos que fazem a regulação das chamadas que chegam na central.
"É uma conversa que a pessoa que está chamando a ambulância tem com o médico, que seria o médico regulador, que vai avaliar qual é a ambulância que estaria melhor adaptada para fazer aquele atendimento daquela ocorrência", explicou o presidente do sindicato, Vânio Cardoso Lisboa. "No Corpo de Bombeiros não existe isso, quem recebe a chamada é um técnico de regulação e automaticamente encaminha a unidade", completou.
O Corpo de Bombeiros afirmou que vai explicar os detalhes do projeto nesta terça durante uma entrevista coletiva. Em nota, adiantou que a nomeação "marca o início de um novo modelo", "visando a eficiência e a racionalidade na gestão". Também alega que "com a integração, ficará mais eficiente o envio das viaturas, de acordo com a necessidade da situação".
A nota diz ainda que "haverá também uma otimização dos espaços físicos, já que as equipes vão ocupar os mesmos prédios, e dos profissionais empregados nas ocorrências, com a integração das equipes de socorristas, enfermeiros e médicos dentro das viaturas".
Mas o sindicato dos médicos teme que um dos motivos da mudança seja o corte de gastos. "Eu tenho a impressão que isso vai gerar demissões. A chamada vai passar a ser atendida por um bombeiro, um soldado do Corpo de Bombeiros ou voluntário do Corpo de Bombeiros. E o técnico de regulação vai perder o seu emprego".
Do G1 SC
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