A falta de chuva no mês de julho em Santa Catarina trouxe uma estiagem que começa a apresentar consequências preocupantes. Segundo dados do setor de hidrologia da Epagri/Ciram, 18 pontos de rios estão com níveis abaixo do normal. Até a metade do mês, eram nove. Os casos mais preocupantes ficam no locais onde a situação é de emergência: Forquilhinha, Concórdia, Chapadão do Lageado, São Martinho e Passos Maia. Em situação de alerta estão Rio Negrinho, Canoinhas, Meleira e Tangará. Já em situação de atenção, ficam Taió, José Boiteux, Otacílio Costa, Bocaina do Sul, São João Batista, Joaçaba, Salete, Blumenau e São Carlos.
A Epagri/Ciram justifica que o baixo volume de chuva veio em decorrência da baixar frequência de atuação dos sistema meteorológicos responsáveis pela chuva no Estado. Durante o mês de julho, apenas uma frente fria com fraca atividade passou por SC. Com isso, a chuva foi fraca e mal distribuída. Neste período, houve a presença maior de sistemas de alta pressão, como massas de ar seco e frio.
Na região Florianópolis Serrana foi onde mais choveu neste mês. O órgão diz que foram 34,2 milímetros, enquanto no Oeste ocorreram apenas 13,4 milímetros, o menor registro do Estado. A média histórica de precipitação em SC, afirma a Epagri/Ciram, varia entre 90 a 150 mm, portanto não foi atingido nem 10% dos valores médios históricos.
— Em determinadas regiões, a disponibilidade hídrica está muito próxima da vazão máxima outorgável para os usos consuntivos (como o abastecimento e usos agrícolas, por exemplo), e já é possível notar-se, em determinados rios que possuem pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), uma variação no regime hídrico dos rios monitorados devido à escassez de água — diz o órgão em texto assinado pelos meteorologistas Marcelo Martins e Erikson de Oliveira.
Pontos de calor batem recorde histórico
Outro dado preocupante é o número de pontos de calor, responsáveis por queimadas. Em julho o dado bateu recorde histórico. Desde 1998, quando se iniciou esse tipo de medição, não eram registrados tantos focos. Até este domingo, 516, contra 479 de 2016, que até então era o maior da série.
Neste final de semana, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar Ambiental precisaram voltar ao Parque Estadual do Rio Vermelho, em Florianópolis. Isso porque as chamas, que tomaram conta de uma área de 20 mil metros quadrados na última quarta-feira, voltaram a arder no local. Desde então, as corporações têm voltado quase que diariamente ao parque para combater novos focos.
Focos de calor no mês de julho em SC
Foto: Arte RBS SC / Agência RBS
Agosto segue com previsão de chuva abaixo do normal
Na semana passada, o Fórum Climático Catarinense se reuniu para a reunião mensal que discutiu as condições climáticas para os próximos três meses. Segundo a técnica em meteorologia da RBS SC, Bianca Souza, O encontro revelou que o mês de agosto deve ter novamente chuva abaixo do normal. Por isso, a situação de estiagem deve continuar. A boa notícia é que em setembro e outubro as chuvas devem ser mais frequentes, com aumento de volume em SC.
Diariocatarinense/wh3
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